Fomos nós (todos). A língua é um dos elementos que identifica um povo, não o único, mas um dos principais, algo que ao pronunciarmos aponta nossa localização, ser do mundo luso falante (que fala português). Nas Américas somos o único povo falando a língua de Mário e Oswald de Andrade, Lula ou a do vizinho (desde que compreendido como a nossa).
Às vezes estranhamos certas palavras, termos: você sabia que abada é o feminino de rinoceronte? Ou que certos postos e graduações militares têm feminino, como sargenta, capitã, generala? Tais palavras não vêm ao acaso, iguais tantas outras surgindo nas gramáticas e dicionários. O ponto é o seguinte: tudo que consta nos manuais de escrita foi dito por alguém, não foi uma invenção dos imortais da ABL (Academia Brasileira de Letras – guarda e responsável pela manutenção da língua). É algo que contribuímos também.
Sei que é difícil para alguns compreenderem, provavelmente por não se sentirem responsáveis e até de certa forma contribuidores gramaticais, porém a implantação de vocábulos também nos pertence. Palavras de uso corrente em toda as regiões brasileiras, desde que estudadas e faladas por maioria constarão nos registros, e isso é fato, desde que existem filólogos e lingüistas.
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