Sobre o Santander e sua aberrante exposição:

O último episódio envolvendo o Banco Santander é uma ótima lembrança do quão ignorantes são todos os que afetam risadinhas de desprezo sempre que ouvem o termo "globalismo"; é também uma inconfundível demonstração dos limites do libertarianismo e de qualquer outra forma de liberalismo que leve os princípios econômicos às suas últimas consequências e que, mediante a defesa descomedida e irrefletida de preceitos formais como "liberdade" e "propriedade", avance — consciente ou inconscientemente; passiva ou ativamente — vários dos itens do programa cultural da esquerda.

Destituído de sua fundamentação moral cristã e descolado do ethos e do senso comum próprios à nossa civilização, o capitalismo se converte em seu oposto e se torna um potente instrumento de engenharia social à disposição das forças empenhadas em balcanizar a sociedade e atomizar os indivíduos, com a finalidade de consolidar a máxima concentração de poder possível e com o objetivo de substituir a sociedade real por algum delírio de sociedade perfeita, na qual o próprio capitalismo não será senão uma memória distante e proibida.

Filipe G. Martins

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