Pense, por exemplo, em alguém que ganha R$ 2 mil por mês. Seu salário por hora é de, aproximadamente, R$ 12,50, certo? Agora imagine que eu compre 8 horas de trabalho dessa pessoa por R$ 100 reais e tudo que eu pediria seria que ela ficasse em casa, assistindo um curso ou lendo um livro que seria importante para a sua profissionalização (detalhe: ela não precisaria gastar nada a mais por isso).
Sem que ninguém vá ficar fiscalizando se ela está mesmo se educando. Quantas pessoas realmente fariam isso? Eu poderia apostar que a maioria ficaria descansando, assistindo TV ou fazendo qualquer outra coisa de lazer. Por que essa seria minha aposta? Por que educação já está amplamente difundida por aí.
Você praticamente consegue aprender um curso inteiro de português, matemática, ciências ou mesmo algum curso universitário gratuitamente na internet. Youtube tem infinitos conteúdos profissionalizantes. Mas, ainda assim, a produtividade brasileira não evolui, indicando que as pessoas não estão priorizando educação. Não seria pagar um dia de trabalho que daria essa motivação para a pessoa ir lá e estudar.
Portanto, segundo o relatório, nosso problema não seria acesso à educação, mas falta de uma cultura de pessoas quererem se educar. Quererem crescer nas carreiras. Como é em muitos países asiáticos, tipo a Coreia do Sul, que há algumas décadas tinha um PIB Per capita similar ao nosso. Na nossa cultura, para muitas pessoas, trabalhar é visto como uma forma de exploração, não forma de crescimento pessoal. Parece que é uma guerra eterna entre patrão x funcionário e não da própria pessoa contra ela mesma.
No longo prazo, trocar meia hora diária de entretenimento na TV ou rede social por meia hora de educação relevante (que pode até ser nas próprias redes sociais, sabendo filtrar bem) é uma estratégia vencedora para quem busca crescer na carreira. Mas falar isso no Brasil é pedir para vir hater te xingar de tudo quanto é possível e colocar a culpa em tudo, menos na pessoa que não quer se esforçar o mínimo a mais. Faz sentido para você?
OBS: para achar o paper é só jogar no Google. Se não gostou do que foi dito lá e quiser fazer sua própria inferência, lerei com carinho.
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