O AMBIENTE TÓXICO DO X E A FUGA DOS NEGÓCIOS DA REDE
Há mais de 20 anos, as redes sociais abriram um mundo inteiramente novo para ganhar dinheiro – não apenas recebendo por conteúdo postado, mas ampliando o funil de consumidores e revertendo isso em vendas e lucros. Tenho visto há algum tempo o esforço de @elonmusk em transformar o X (ex-twitter) em um desses mega-mercados.
Porém, essa plataforma tem seríssimos problemas. Desde 2021, as redes mais “rentáveis” no Ocidente são Facebook, Instagram, LinkedIn, TikTok e YouTube - e é onde a maioria dos anunciantes investem em campanhas e onde os produtores de conteúdo fazem algum tipo de anúncio de seus serviços / produtos. Em termos de campanhas em vídeo, os anunciantes / produtores / vendedores investem principalmente no Youtube (mais no 85% fazem isso), Instagram (quase 70%), Linkedin (quase 70%), Facebook (65%) e TikTok (33%). Apenas 29% investem no X. Oferecer conteúdo de qualidade no X é quase flertar com o inútil, e – por experiência própria – abordagens de B2C no Instagram apresentam um retorno MAIS DE 40 VEZES SUPERIOR às mesmas abordagens realizadas no X (no mesmo horário, com o mesmo conteúdo, no mesmo dia da semana).
É simplesmente um massacre e um obstáculo significativo para a sedimentação do X como grande mercado global de B2B e B2C. Em 2022, o X gerou uma receita de 4,4 bilhões de dólares – uma queda de 11% em relação a 2021 – e a expectativa é que este valor seja ainda menor em 2023 devido às perdas as verbas de anunciantes. Atualmente, o X não é uma empresa lucrativa. Se @elonmusk pretende tornar o X algo além de um investimento filantrópico de sua imensa fortuna, ele precisará resolver vários problemas por aqui, especialmente a quantidade impressionante de bots e contas anônimas que usam a rede inundá-la com comportamentos medíocres (um fenômeno visto com intensidade absurdamente menor no Instagram, no Facebook, no Linkedin ou mesmo no Youtube).
Talvez esse seja um “problema da experiência do usuário” que não está sendo apresentado na mesa da diretoria com a devida relevância. O ambiente do X é tóxico demais para uma parcela significativa dos usuários de redes sociais que utilizariam essa plataforma para fazer negócios e anunciar seus produtos. Pessoalmente, considero isso aqui como a cracolândia da Internet: em nenhuma outra rede bloqueio tantas pessoas por agressões gratuitas como no X. E em mais de 95% dos casos essas contas não possuem um nome ou uma foto ou qualquer modo de identificação.
Por mais que você goste do mantra da “liberdade de expressão”, nenhuma liberdade dura muito se ela não estiver produzindo algum tipo de lucro financeiro. O mundo é assim, quer você goste ou não. Passou da hora de o Musk decidir o que ele realmente deseja fazer com o X.
Referências das fontes dos dados citados no texto:
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