E desci ao Buraco do sapo, localidade próxima onde moro. Lá, cinquenta famílias padecem sem condições humanas de assistência social. Conheci vários moradores e entre eles Jacileide, pouco mais de vinte anos, casada, desempregados ela e o marido e com um filhinho de quatro anos - Marcos Henrique, de quatro meses. Ele sofre da síndrome de Apert, trata-se de uma anomalia que produz deformações no crânio, face, mãos e pés, além de diversas alterações funcionais como: aumento da pressão intracranial, problemas cardio-respiratórios, deficiência mental, cegueira, perda da audição, otite, entre outras. Jacileide precisa ir diariamente ao hospital em busca de atendimento, mas morando no Buraco do sapo sua vida torna-se bem difícil. O bairro fica em um vale cujos arredores são compostos de outras casas na parte alta, recebendo diariamente lixo, esgoto, lama e outras mazelas. A miserabilidade da população é grande, mas não de seus espíritos. Ano passado estiveram presentes secretaria de obras, assistência social, prefeitura, vereadores a até o recém empossado deputado da terra. No momento não há nenhuma benfeitoria.Precisamos descer: dos saltos, do orgulho, do apartamento, da negligência e fazer o possível e necessário. Faz parte da cidadania, dar aos outros também este direito.
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