Ou você nunca passou pela situação: chove, você precisa
pegar o ônibus e vê lugares vazios, alegra-se pela oportunidade de sentar e... A
cadeira está molhada! Você fica aborrecido, quem sabe perguntando-se porque as
pessoas fazem isso, porque são tão distraídas que não fecham a janela antes de
descer do ônibus. Que falta de educação ou displicência! É. Pergunta: Você lembra-se
e quando se lembra, fecha a janela? Pois é, quando algo aparentemente não nos
diz respeito ou não nos incomoda nem fazemos caso.
Tenho lido, ouvido e visto jornais, blogs; tenho acompanhado
as rádios locais, converso com colunistas, blogueiros, comunicadores de várias tendências e lados e mesmo aqueles que são tidos pró-governo têm algo a reclamar, reivindicar e vez por
outra o fazem. Eu não tenho por motivo pensar nos “formadores de opinião”
(deixemos para os que gostam de repetidos bates e rebates), mas sim naqueles
que se fazem de indiferentes: parte da população que precisa engajar-se no
processo cidadão. Exercer a cidadania não é só possuir documentos, ter emprego,
moradia ou coisa parecida. É mais, e mais mesmo.
Sabe aquela rua que precisa ser calçada, pavimentada, do
vizinho? Um dia você vai precisar dela para caminhar, trafegar. Mas como? Só
quando a necessidade vier. Sabe aquele banco de praça depredado, aquela calçada
mal cuidada que você nunca utilizou? Esteja cansado ou com uma pesada sacola e
precise descansar ou andar com segurança, aí, sim, você vai achar ruim. Sabe
aquele gestor ou legislador que você ignora por não “estar nem aí” para ele? Vai
lembrar-se dele quando tiver um direito negado, uma petição ignorada.
Sei quem alguns gostariam de ter as atitudes certas, de estarem
mais atentos para as suas necessidades e às dos demais, mas nem sempre as têm
em mente. Bom, façamos o seguinte: sempre que sentar no coletivo em dia de
chuva, lembre-se de fechar as janelas antes de descer. Já é algum início. “Bem
começado, metade terminado”.
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