(Verbo e substantivo)
Multidão, tumulto, calor dentro e fora do estabelecimento e Sol, tempo firme (como diz a moça da meteorologia, porém gostaria que não fosse tão “firme” assim, já que passei bastante tempo do lado de fora). Componentes de uma primeira semana produtiva no comércio, negócios, etc.
Meia hora depois, dentro da lotérica (viva!) e logo atrás alguém com o mesmo sentimento expressa: Graças a Deus!
O tempo seguia e as pessoas colocavam a conversa em funcionamento para distraírem-se, falavam da fila, das contas, do péssimo governo (e mais que isso), da vida, filhos, riam, levantavam as mãos, conferiam mensagens no celular e um pequeno ser não me passava despercebido. O companheiro fiel da senhora três posições antes da minha.
O bichinho entrava na loja, era enxotado por um usuário, voltava perto da dona, olhava para todos que assoviavam e chamavam a atenção dele, sentava, cheirava alguns, mas sempre por perto. Quando finalmente foi deixado em paz e em um local mais vazio, deitou-se.
Não sou dessas pessoas fanatizadas por animais, para mim, no geral, pessoas são mais importantes, no entanto não havia nenhum conflito de paixão por alguém deixando um animal de lado. Era um cãozinho tranquilo, apegado e mal nenhum causava a quem quer que estivesse perto dele.
Não humanizo os bichos, isso é algo ingênuo a ser pensado de forma séria; só na ficção ou literatura devemos admitir a prosopopeia, e explico o porquê. Quando pessoas dizem que bichos são melhores por fazerem ou deixarem de fazer isso ou aquilo jamais teremos certeza de ser real ou instintivo, afinal, falar, expressar-se humanamente não é característica deles. Da mesma maneira, quando maltratados não podem ir à delegacia prestar uma queixa ou serem encaminhados ao conselho tutelar para denunciar a violência.
Finalmente, na altura de minha cintura para cima não havia algo a causar admiração. Já desta altura para baixo, o vira-latas dava mais exemplo de apego (guardadas as devidas “proporções”) que muita gente que conheço.
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