A propriedade é atacada por ser uma fonte de independência material em relação ao poder centralizado.
A família é atacada por ser a fonte de um lealdade alternativa àquela que é desejada e demandada pelo poder centralizado.
Por fim, a religião é atacada por apresentar uma autoridade que transcende a autoridade reivindicada pelo poder centralizado.
Não há projeto revolucionário ou empreendimento de engenharia social que não encontre nestas três instituições os seu principais focos de resistência.
Portanto, se você deseja defender a liberdade ou resistir a alguma forma de concentração de poder, mas se nega a defender com igual dedicação essas três instituições ou, pior, se volta contra alguma delas em nome de um individualismo abstrato, tudo o que você conseguirá é se tornar um idiota útil — não importando o quão bem intencionado você seja.
Afinal, não é por acaso que a atomização dos indivíduos é vista, por revolucionários de todas as vertentes, como um instrumento essencial para manter o poder concentrado nas mãos de uns poucos, enquanto os demais vivem de modo desordenado, dominados por suas paixões naturais ou pelos modismos do dia; cada vez mais vulneráveis às mudanças sociais promovidas pelos engenheiros sociais, mais dependentes da "generosidade" do poder centralizado e mais dóceis à vontade dos poderosos que o controlam.
Filipe G. Martins
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