Muitos não sabem, mas o filósofo Eric Voegelin brigou com uma parte de sua família, que apoiava o nazismo. Dentre aqueles com quem rompeu relações, estava o seu próprio pai e sua irmã Klara Hartl.
Assim que chegou para o exílio nos EUA, após ter escapado por pouco de ser preso pelos nazistas, Voegelin endereçou uma dura carta à sua irmã. Segue um trecho:
“Querida Klara, é muito gentil de sua parte ter querido me escrever, mas poupe-me de seus truques nazistas. Você deveria saber que não sou estúpido para cair neles. Entre nós, não há uma diferença de opinião - como você pretende fingir -, mas assassinato, roubo, pilhagem. Não aja como se fosse decente demais para mencionar tais coisas: é um truque nazista manjado. Evitam-se assuntos desagradáveis, mas roubam-se das pessoas até a sua última peça de roupa, e se as espancam até a morte caso não cedam de bom grado".
Lembrei logo desse trecho ao presenciar o episódio de hoje em que, afetando estar profundamente ofendido com a pretensa grosseria de um senador (os tais "assuntos desagradáveis"), um ministro de Estado nada disse sobre a sua posição favorável à legalização do assassinato intra-uterino. Ou seja, segundo esse senso moral corrompido e estetista, está tudo bem em autorizar legalmente que se tire a vida de seres humanos em fase embrionária (porque é isso um feto, e não uma coisa, uma parte da mulher, uma unha encravada ou um "amontoados de células"). Feio mesmo é ter a indelicadeza de falar do assunto.
Não eram só os nazistas que usavam esse tipo de truque manjado. Também os comunistas sempre o fizeram.
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