“mas o que o senhor está fazendo aqui mesmo, seu delegado?”



"Há mais de um ano atrás, a Polícia Federal adentrava meu domicílio com truculência e levava minhas ferramentas de trabalho, celular e computador, deixando meus vizinhos atônitos e apavorando minha companheira que passava por uma gestação de alto risco. A polícia poderia ter espelhado meus dispositivos e os devolvido na hora. Não apenas não o fez, como aparentemente não os abriu até hoje.

Especulo que a “inação” seja para não criar provas a meu favor, já que obviamente não há absolutamente nada de ilegal lá, a não ser os registros de nossos esforços que salvaram milhares de vidas e que poderiam ter salvo muitas outras, caso o Estado o tivesse permitido. Hoje, no dia de meu aniversário de 46 anos, a idade que meu pai tinha quando morreu, já desesperançoso em reaver minhas posses que me foram retiradas por quem detém o monopólio da força (como se chama este ato mesmo?), resolvi parar de viver de computadores emprestados por amigos e resolvi me presentear um. 

Ainda tenho a esperança de não ter meu computador novamente subtraído pelo mesmo delegado que ficou sem resposta, há mais de um ano, à pergunta que lhe fiz quando entrou em nossa propriedade privada sem ser convidado: 'mas o que o senhor está fazendo aqui mesmo, seu delegado?'"


Dr. Ricardo Zimerman

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