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Lucília Coutinho |
O MBL errou ao acreditar que era animador, causador e dono de manifestações, que sua aparência de jovens acima da média, inteligentes e descolados, vendendo-se como a cara da direita moderna e engajada convenceria a todos e seriam modelos para os adolescentes e velhos não saídos da adolescência.
Ambos erraram por pensarem em coletivos dirigidos e facilmente administráveis com slogans sintéticos que grudam na memória; por acreditar que o Brasil se resume à escolha de um bode expiatório em cada ocasião, sem lembrar que as pessoas comuns, a maioria, valoriza o que tem consciência de si, das próprias falhas, da própria finitude e derruba dos pedestais o que é cheio de si. Exemplos recentes e passados não faltam.
Erraram por achar que podem dominar as consciências numa época em que elas começam a despertar, mesmo que ainda tenham muita remela nos olhos, e que o Brasil, cada indivíduo, seria a extensão de sua vontade.
Erraram ao desafiar o povo de um país que busca a si mesmo ao intimidá-lo a não desobedecê-los deixando tudo nas mãos deles, pois só eles se arrogam o direito de saber o que é bom para nós.
Ao acusar-nos debochadamente de termos guru, fica claro que é exatamente o que querem ser: gurus.
Ainda não entenderam, talvez jamais venham a entender, que buscamos conhecimento e discernimento individuais para que nossa consciência fique livre para escolher e, decididamente, em nenhum momento foi isso o que a esquerda, seus puxadinhos antigos e seus novos sequazes não permitem que tenhamos por serem incapazes de oferecer.
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