Fora da bolha esquerdoide e dos colaboradores nos pequenos e grandes meios enviesados de informação, o homem comum e atento pode não falar suas preferências, mas na hora do voto não há quem o impeça de, silenciosamente, optar por quem encarna o seu jeito, faz o que ele apoia, lhe representa.
“Não pretendo apoiar prefeito em lugar nenhum. Não pretendo, deixar bem claro. Não tenho partido, para exatamente não se meter em política esse ano. Tenho muito trabalho aqui em Brasília para estar entrando em eleições municipais”.
Esse foi um trecho da fala do presidente Jair Bolsonaro, neste 2 de junho.
Não pretender não quer dizer não apoiar - neste momento, hoje e nos próximos dias a retomada da economia que sustenta quem fica doente e quem está necessitado é prioridade. Nada de absurdo e acertado é.
Entendidos sobre isso, sigamos - Recife, uma capital e com força de influenciar eleição a deputado, governador, senador (e presidente, com fração significativa de votos) em 2022, se transferida da esquerda aboletada por ali há décadas à, finalmente, direita (no passado a hegemonia era tanta que alguns iam de social-democracia, quando muito ousados; de conservadorismo, só se fosse em casa), dará um upgrade considerável. A esquerda, experiente nos pleitos, não facilitará. No fim das contas a suposta oposição dentro da situação governamental da atualidade convergirá ao mais seguro.
Em não se concretizando apoio de Bolsonaro, quais os próximos fiéis, consideráveis? Eis:
Os grupos: reunindo presencial e pessoalmente dezenas de milhares de pessoas no estado (só o DPE e o EPE somam alcance diário a mais de 150 mil pessoas, virtualmente, segundo as lideranças), mais concentradas na Região Metropolitana, páginas como a Bolsonaro PE, Direita Pernambuco, Endireita Pernambuco, e outras com público menor têm sido reunidoras de uma diversidade de seguidores: dos infiltrados (você acha que não existem por ali? Então não tem lido os comentários nos posts) aos intervencionistas; dos monarquistas aos liberaloides (para facilitar uma confusa definição que ora um, ora outro afirmam não serem o que são ao darem trela a movimentos do tipo), todos esses e os majoritariamente conservadores formam esses ajuntamentos virtuais em busca de respostas, direções para o voto. Apoiadores dos mais diversos candidatos de centro ou à direita já perceberam isso e estão por ali postando e comentando, respondendo, criticando a fim de aborrecer, desnortear alguém e angariá-lo.
Há um terceiro "fiel", embrionário e com certa vantagem, mas deixo para postagem em outro dia.
Não vale a pena ver de novo - 2018, eleições e a organização no NE: a pessoa incumbida disso foi incapaz de unir os grupos, que não articulou na Região (quem e como, procure nos outros Dobrando à Direita), não se reuniu com lideranças para definição de eixos na campanha e, em cima da hora, através dos grupos houve certa movimentação financeira e organizacional. Considere: 1. esses grupos fizeram o possível, mas sem articulação bem compreendida entre eles e as limitações de cima; 2. as pessoas não associadas, nem ligadas a esses grupos gastaram do bolso e votaram para presidente, mas e os Deputados? Senadores? Ficaram uns e outros que se sustentam, são fieis à escolha presidencial e outros que já desembarcaram da iniciante direita, ainda em definição e compreensão de si. Bolsonaro foi cercado por pessoas as quais acreditou que seriam as mais capacitadas e fieis. Algumas já se revelaram e outras podem estar encobertas e mais: outras NÃO são capazes para essa tarefa. Apostar nelas frustrará e retardará uma mudança significativa por aqui.
Traga esse cenário para este ano. Vejamos: na capital pernambucana, umas poucas cidades na RMR e menos no interior há pessoas mais inclinadas à direita, apoiadores individuais e em grupo. Isso ainda não é impactante em um estado majoritariamente à esquerda no poder, mesmo com população majoritariamente conservadora, pois não entendem bem isso, seja porque ninguém lhes contou, conseguiu chegar para esclarecer, ou porque lhes escondem, enrolam com o velho "Mané Luis", tipo um candidato que conheço, com toda bagagem enviesada e que alega ser conservador em uma agremiação semelhante ao PSOL, só que mais arrumadinha (e que tinha condições de renunciar a esse lado, competindo em outro menos "na cara"). Para mentir assim na cara dura é preciso ser a fina flor do cinismo.
Não é um exercício de wishful thinking ("pensamento desejoso") no Recife, mas ampliador e de bastante atenção: devido à "fadiga de material", rejeição crescente devido ao confinamento das pessoas em nome do combate a um vírus novo, sem a mínima evidência de incontestável sucesso, pelo contrário, só os vazios: "Fique em casa" (e quem não pode?), "vai passar" (para quem?)... Por essas e outras que houve um enfraquecimento do PSB e seus satélites mais próximos. Diante deste cenário quem tem aparecido:
A Patrícia Domingos;
O Mendonça Filho;
O Daniel Coelho;
O Charbel Maroun;
O Marco Aurélio;
O Alberto Feitosa;
A Clarissa Tércio;
Imagem da live do dia 27 |
Se o Aliança Pelo Brasil, com dois representantes presentes nessa live (o Gilson Machado também participou) está interessado em estreitar as relações entre Clarissa (que tem tido bastante protagonismo nos dois últimos meses) e o Feitosa (que já tratei em outro post, sobre proximidade com lideranças), sem conversar com os grupos para ouvi-los quanto a isso, poderá repetir, ainda que "inconscientemente" (não mais, se o texto chegar a esses) o parágrafo "Não vale pena ver de novo".
Novamente e uma novidade:
1. Quem mais está voltado à direita, ao conservadorismo e outros modos de ser "encangados" (de carona);
2. Quem está buscando diálogo com os movimentos, estes podendo;
3. Quem tem tido mais aceitação nas redes? Quem recebe poucas críticas das pessoas reconhecidamente à direita?
Se eu perguntar a fulano que está ligado sentimentalmente à pessoa X, será X; se perguntar a beltrano, amicíssimo de Z, será Z. Lamento, não estou considerando esses fatores. Qualquer um dirá que é preciso unir, que diferenças precisam ser deixadas de lado e coisas semelhantes. Certo, então, volte aos três itens. Quem? Quem?
Seria uma baita vantagem se o presidente dissesse: "É esta pessoa, 'talkey'", embora três dos nomes que estão acima não tenham simpatia por, ou proximidade com o Jair Bolsonaro. Isso não está em cogitação agora e, talvez, nem muito depois.
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