Uma relação do conservadorismo atual, no Brasil, com a descoberta do Livro da Lei:

Jacaúna Medeiros
Costumo esclarecer quando faço esse tipo de comparação - sei o quê significou o evento histórico registrado na Bíblia em seu contexto, pessoas e época. Tive suficiente instrução, fruto de décadas atrás e hoje ensino a respeito em outro ambiente (precisei "dar carteirada" aqui a fim começar o ponto sem parecer que espiritualizo de forma desconexa). 

Vamos ao acontecimento:
A história ocorre no trecho do livro de II Reis 22-23 e II Crônicas 34-35 - Josias, rei de Israel, com 18 anos, envia Safã, secretário dele, ao encontro do sumo sacerdote Hilquias. A ida teve o propósito de juntar finanças para reformar o templo. Com o encontro dos dois e o início das reformas, uma notícia extraordinária: o livro da Lei, ou livro de Moisés (no caso da época de Josias, uma parte do livro de Deuteronômio) havia sido achado na reforma do templo. O que era conhecimento, adoração pela tradição oral no período voltou a ser conhecimento pela lei escrita.  

Josias era temente a Deus e seguia os passos espirituais de Davi, seu antepassado. Verdadeiramente o jovem rei fez uma grande reforma na adoração ao Senhor, realizou uma limpeza rigorosa contra a idolatria presente e convocou a população a servir, seguindo seu exemplo de rei-servo.

Josias possuía um coração justo e voltado a Deus. 
Ele fora educado para conhecer e ser íntimo do Criador.   
O Livro da Lei existia, estava perdido e fora encontrado.
Uma vez achado foi lido atentamente e seguidas suas orientações para a correção e integridade de fé para todos.
Houve júbilo das pessoas, felicidade dos sacerdotes. Eles novamente se reconheciam como o povo de Deus.

O quê esses fatos relacionam-se conosco, hoje?

Vivemos um tempo em que "achamos" escritores conservadores, uns vivos, outros já falecidos. O que se aprendia "por instinto", transmitido pelos pais, pessoas mais velhas, como lutar pela preservação da família, avançar com garra a fim de suplantar os problemas da vida, não ceder ao doentio politicamente correto e tantas outras ações passaram a ser entendidas do porquê serem assim. 

Pessoas até com mais de século atrás de seus escritos já haviam dado o caminho da aprendizagem, ofuscado pela invasão esquerdista de décadas nos meios de cultura, ensino, limitando-nos no raciocínio, porém não conseguindo impedir-nos (ainda bem!) da descoberta de Scruton, Kirk, Mário Ferreira, Frankl e mais de uma centena de bons autores, pensadores.

Josias achou o livro da lei, leu e entendeu o necessário. Devemos fazer o mesmo com os escritores experientes que vão sendo "apresentados". Muito de nossa confusão política hoje, no Brasil, com a recente eleição de um presidente à direita e das dificuldades que vem e vão encaradas com exagero se deve por não termos nos debruçado na boa literatura (no momento). 

"Nada está na política de um país que não esteja primeiro na sua literatura" - Hugo von Hofmannsthal.
P.S.: Sei que a publicação será lida por esquerdistas e eu não espero que os desonestos ou analfabetos espirituais compreendam. Eles não são meu foco (embora quem sabe abandonem a ideologia enviesada, estimulados com o que leem aqui). Chamo à razão os que são de direita, conservadores, liberais, religiosos ou não, cristãos ou não sobre uma questão crucial no Brasil em restauração.

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