Sugestão, sugerir - o sonho. O simbolismo foi um movimento poético na sua essência, no final do século 19, representando ruptura artística com o Realismo-Naturalismo. Sua busca fundamental era prioritária da dimensão não-racional da existência.
A partir disso redescobre e redimensiona a subjetividade, o sentimento, a imaginação, a espiritualidade. Buscando o desvendar o subconsciente e o inconsciente em relações misteriosas e transcendentes da pessoa consigo e como o mundo.
Em reação ao pensamento científico e filosófico que dominava a segunda metade do século 19, as manifestações artísticas do simbolismo põem em xeque o positivismo e o determinismo.
Desconstroem-se as teorias racionalistas, a física relativista de Einstein, a psicologia de Freud e a filosofia de Schopenhauer e Friedrich Nietzsche. Nos quadros sociais, políticos e econômicos, a burguesia industrial, após um período de progresso desgasta-se com as disputas colonialistas, eclodindo na Primeira Guerra Mundial (1914-1918), em sua culminância.
Novas relações de poder são criadas na Revolução Russa de 1917; pretende-se uma sociedade socialista, apresentando contradições com o modelo burguês do período. Desta feita, o Simbolismo reflete a grande crise dos valores racionalistas da civilização, por um lado, e por outro uma nova proposta estética precursora da arte da modernidade.
Principais características da poesia simbolista:
- Sugere em vez de descrever; simboliza em vez de nomear;
- Redescobre a subjetividade, o sentimento, a imaginação, a sensualidade e a espiritualidade;
- Explora o subconsciente e o inconsciente;
- Usa predominantemente imagens sensoriais e metafísicas;
- Prioriza a musicalidade, com aliterações, assonâncias, paralelismos, repetições;
- Prefere as sinestesias, metáforas, prosopopeias e analogias como figuras de linguagem;
- Utiliza letras maiúsculas em substantivos comuns, para torná-los absolutos;
- Expressa uma religiosidade não convencional pelo desregramento dos sentidos, da sexualidade, das emoções, de delírios e alucinações;
- Busca o misterioso, o oculto, o vago, o caótico, o alógico, o anárquico, o indefinível e o inexprimível;
- Considera o poeta como vidente de realidades transcendentes e a poesia como expressão de vidência mediúnica;
- Anuncia o Modernismo, em busca da Poesia Pura: uma realidade tecida apenas de palavras.
Alguns autores e obras:
- Charles Baudelaire - As flores do mal.
- Cruz e Sousa: Tropos e Fantasia, Missal e Broquéis, Evocações, Faróis, Últimos Sonetos.
- Eugênio de Castro - Oaristo, Horas, Silva e Interlúdio.
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