Sabedoria Universitária



A polêmica votação sobre a reforma do código florestal

Alguém aí sabe a quantas anda a votação sobre o novo Código Florestal? É verdade que ele dá brecha ao desmatamento? A lei antiga já não era muito posta em prática, o que de tão extraordinário vai ter nessa para surtir efeito?
Essas questões foram levantadas há algum tempo aqui na rural, mas como acontece na grande maioria das vezes, logo perdeu força e foi esquecida. E eu me peguei pensando sobre o assunto por esses dias. Como será que anda essa votação? Fui atrás das ultimas noticias. Segundo a Folha.com, os relatores do Código Florestal no Senado, O Luiz Henrique da Silveira (PMDB-SC) e o Jorge Viana (PT-AC), ainda debatem sobre a votação. Tudo isso tem causado muita polêmica em meio aos ambientalistas, já que as alterações auxiliam o desmatamento, como o artigo que legaliza a atividade agrícola em APPs (Áreas de Preservação Permanente). A legislação atual prevê que as APPs às margens de rios tenham pelo menos 30 metros de largura, no texto sugerido pelo deputado Audo Rebelo essa margem cai para 7,5 metros. “Esse é um pedido da agricultura familiar. Concordo e acho que pode ser estendido para outros produtores também. Mas o Ministério do Meio Ambiente não concorda, é um dos pontos que ainda estamos discutindo” diz o deputado. Como sua justificativa, o senador Luiz Henrique cita as construções tanto para a Copa de 2014, quanto as Olimpíadas de 2016. Ele afirma ter o aval de especialistas no assunto, mas também se diz descrente quanto a construção em APPs.
Outro ponto da reforma do Código que tem tirado o sono de muitos ambientalistas é que o relator prevê o poder dos Estados participarem do processo de regularização ambiental. Isso permitiria que os governadores agissem dentro do limite estabelecido pelo Planalto, definindo seus códigos locais com normas específicas para APPs, reservas legais, por exemplo. Essa medida já estava prevista no texto encaminhando pela Câmara, mas sem deixar clara a função das unidades da Federação. Em poucas e simples palavras, cada um faz com a sua APP o que bem quer e é isso o que preocupa.
Em pleno ano de 2011, O ano internacional das florestas, No nosso Brasil, nossas matas ficarão muito mais desprotegidas do que já estão. Até que se apresente uma justificativa limpa e plausível, fica claro que é tudo por dinheiro. Um país que cresce depredando suas riquezas naturais pode ser levado a sério? O Brasil é invejado lá fora por ter a maior reserva de água doce do mundo, por ter a maior porcentagem da Amazônia em seu território, e em vez de zelar por esses tesouros, os gasta sem pensar no futuro. A política aqui não está a favor do país, mas contra ele. E contra si próprio enquanto brasileiros. “Quando a última árvore for cortada, o último peixe for morto e o último rio for envenenado, vamos descobrir que dinheiro não se come” diz o ditado indígena, utilizado inclusive na semana do meio ambiente aqui na universidade (II SEMEIO). Deixaremos chegar até esse ponto?



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