Redação: Leitura e escrita

Podemos chamar a redação de arte, a arte de escrever.
Perguntas fundamentais neste assunto: - O que escrever? E Como escrever? Estamos lidando com relações de conteúdo e forma, idéia e palavra, comunicação e expressão.
O que escrever? Esta é a etapa final de um processo de reflexão. Escrever é colocar uma idéia no papel, portanto, o primeiro passo é ter uma boa idéia. Havendo um tema do tipo "O Brasil no Continente Antártico" -, o que poderia eu escrever se nunca parei para pensar nas possibilidades do Continente Antártico? O que escrever se não tenho informações, dados, conhecimentos mais específicos? Parece que o resultado será "encher linguiça".
Como escrever? Primeira fase ultrapassada - ter ideias -, a questão que se coloca agora é como colocar as ideias no papel, como encontrar a melhor forma de expressá-las. Dificuldades aqui são domínio de vocabulário, conhecimento razoável de ortografia, pontuação, concordância, entre outros, para finalmente chegar em algo muito pessoal, o estilo.
O resultado disto será um texto caracterizado pela correção, clareza, concisão e elegância (ideal de redação em concursos). É claro que verificar as inadequações é importante, porém o que se quer também é que exista prazer na escrita. Comunicação é vital para o ser humano, então encontrar uma fórmula satisfatória de expressar um idéia é sempre motivo de realização pessoal.
A arte de escrever precisa estar estabelecida parte do ensino escolar e de um hábito de leitura inteligentemente conduzido. De forma radical: Quem não lê não escreve! Ler sem compreender é parar na primeira etapa do processo de leitura, a etapa da decodificação do sinal gráfico. Ler é atribuir significado. Só assim ampliamos a nossa leitura de mundo.

Atividade: Leia o texto e disserte sob o tema: O que ele tem que eu (não) tenho? 15 linhas

Da 6ª série a vestibulando após 35 anos sem estudar

Técnico em telefonia de 51 anos conseguiu certificação do Ensino Médio com Enem e agora quer fazer Medicina. Até 2010, o técnico em telefonia, Paulo César Pereira Gomes, havia completado apenas a 6ª série ou, como diz ele, “o segundo ano ginasial”. Ficou 35 anos longe dos bancos escolares desde que se afastou da escola para trabalhar ainda na adolescência até completar 51 anos de idade.

Em 2011, por causa do Exame Nacional de Ensino Médio (Enem) ele conseguiu certificado de conclusão da etapa e só não se matriculou na universidade porque a concorrência para o curso que pretende fazer é grande: Medicina. “Se em poucos meses eu cheguei até aqui, agora vou mais longe”, diz.

Foi uma interrupção forçada no trabalho que levou Gomes de volta à escola. Sem poder se equilibrar nas escadas que faziam parte de sua rotina profissional por causa de um acidente, ele foi procurar outra coisa para fazer até se recuperar. Se inscreveu em um programa de bolsa de Educação de Jovens e Adultos (EJA) ofertado pela prefeitura de Porto Alegre, capital gaúcha onde vive exatamente desde que havia deixado os estudos. Conseguiu uma vaga no Colégio Unificado e concluiu a etapa no primeiro semestre do ano passado.

Gostou tanto que, em julho, mesmo tendo a bolsa reduzida para 50% do valor total do curso, se propôs a pagar R$ 865 semestrais para fazer o Ensino Médio. Quando chegou a época de inscrição para o Enem, em setembro, ele arriscou. “Fiz para ir treinando, mas já que o questionário perguntava qual meu objetivo, assinalei certificação de ensino médio e até aproveitar as notas para inscrição em vagas de curso superior”, lembra.

Nota maior do que a necessária
Para conseguir a primeira meta, Gomes precisaria fazer pelo menos 400 pontos em cada disciplina e 500 na redação. Foi com apreensão que ele conferiu, na semana passada, cada nota: ciências da Natureza, 473,1; linguagens e códigos 501,3, matemática 548,4, ciências humanas, 573,2; e redação 550. Sobram pontos em todas as áreas.

“Tenho certeza que se não tivesse voltado a estudar, não teria conseguido e estou agradecido ao colégio, mas também ao Enem”, comentou satisfeito. “Vi muita gente reclamando, dizendo que é injusto, pois para mim funcionou muito bem.”

Gomes disse que, apesar de ter o certificado, vai estudar mais. “Quero melhorar essa nota porque gostaria de cursar Medicina e quem sabe me tornar cardiologista”, comenta. A média de 529 pontos até permitiria a ele se matricular nos cursos menos disputados, mas, para a carreira de médico, a menor média exigida no Sistema de Seleção Unificado (SiSU) – processo que disponibiliza as vagas via Enem – foi de 712. “Quem sabe?”, pergunta Gomes.

(Retirado do portal IG)

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