Moral: Quando notamos certos defeitos nos amigos, devemos sempre ter uma conversa esclarecedora.


Começando pelo final do texto de Millor Fernandes (moral da história) já pretendo ilustrar as relações humanas em qualquer esfera: amorosa, fraterna, social, religiosa e política, só para citar algumas delas. Dificuldades de caráter e competência, intelectual e cultural, entre outros, caso não sejam resolvidos gerarão prejuízos muitas vezes irremediáveis. O religioso que não segue os princípios bíblicos leva a irmandade à ruína, envergonhando o nome de Jesus; pessoas que se propõem a juntar-se (antigamente, não muito, isso era chamado casamento), mas antes disso pensam: se não der certo, separamos - quem premedita separar-se antes de unir-se já inicia a vida a dois pela derrota; um assessor, secretário, ministro, aliado político, etc., que não está sintonizado com o bom gerenciamento da cidade, estado, país, afastando população, agindo de má fé, de forma displicente dificultará a interação comunidade - político. Bom é pensar bem e agir antes que a casa sofra danos.

Ah! E ainda em tempo, o texto de Millor:

Cão! Cão! Cão!
Millôr Fernandes
    Abriu a porta e viu o amigo que há tanto não via. Estranhou apenas que ele, amigo, viesse acompanhado de um cão. O cão não muito grande mas bastante forte, de raça indefinida, saltitante e com um ar alegremente agressivo. Abriu a porta e cumprimentou o amigo, com toda efusão. "Quanto tempo!" O cão aproveitou as saudações, se embarafustou casa adentro e logo o barulho na cozinha demonstrava que ele tinha quebrado alguma coisa. O dono da casa encompridou um pouco as orelhas, o amigo visitante fez um ar de que a coisa não era com ele. "Ora, veja você, a última vez que nos vimos foi..." "Não, foi depois, na..." "E você, casou também?" O cão passou pela sala, o tempo passou pela conversa, o cão entrou pelo quarto e novo barulho de coisa quebrada. Houve um sorriso amarelo por parte do dono da casa, mas perfeita indiferença por parte do visitante. "Quem morreu definitivamente foi o tio... Você se lembra dele?" "Lembro, ora, era o que mais... não?" O cão saltou sobre um móvel, derrubou o abajur, logo trepou com as patas sujas no sofá ( o tempo passando) e deixou lá as marcas digitais de sua animalidade. Os dois amigos, tensos, agora preferiam não tomar conhecimento do dogue. E, por fim, o visitante se foi. Se despediu, efusivo como chegara, e se foi. Se foi. Mas ainda ia indo, quando o dono da casa perguntou: "Não vai levar o seu cão?" "Cão? Cão? Cão? Ah, não! Não é meu, não. Quando eu entrei, ele entrou naturalmente comigo e eu pensei que fosse seu. Não e seu, não?"
    Moral: Quando notamos certos defeitos nos amigos, devemos sempre ter uma conversa esclarecedora. 

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