Fim do mundo dez:

Para os loucos por música, sétima arte e literatura, mas não os loucos por desinformação:

O fim do mundo em 10 músicas
De Roberto Carlos e Metallica aos Rolling Stones, veja (e ouça) como o apocalipse foi tratado em letras de canções
Os maias previram que o mundo vai acabar no dia 21 de dezembro de 2012 . Independentemente de esse presságio estar certo ou não, o apocalipse já foi tema de inúmeras músicas.
R.E.M. – "It’s the End of the World as We Know It (And I Feel Fine)" - Música de 1987 que ajudou o R.E.M. a se transformar em banda grande. "Isso é ótimo/ Começa com um terremoto/ Pássaros e cobras/ Um avião" - assim Michael Stipe inicia a canção. A letra nervosa contrasta com o ritmo frenético e contagiante da música, uma das mais dançantes da carreira da banda.
Metallica – "The Four Horsemen" - Paulada que é um dos destaques de "Kill 'Em All', o primeiro disco do Metallica, a música faz referência ao texto bíblico sobre os quatro cavaleiros do apocalipse. A letra foi escrita originalmente por Dave Mustaine (com o título "The Mechanix"), que saiu do Metallica e formou o Megadeth.

Muse – "Apocalypse Please" - Faixa grandiosa do sempre grandioso Muse, é quase um épico sobre o final dos tempos. A banda já chegou a dizer que a letra aponta o dedo para o fanatismo religioso. "Isso é o fim/ O fim/ Isso é o fim/ Do mundo/ É hora de vermos um milagre/ Vamos, é hora de algo bíblico", diz a música.

Rolling Stones – "Gimme Shelter" - Clássico dos clássicos dos Stones, lançado dentro do mítico disco "Let It Bleed", de 1969. Escrita por Mick Jagger e Keith Richards, a faixa é encoberta por uma sombra apocalíptica criada pela Guerra do Vietnã. "Uma tempestade ameaça/ Minha vida hoje/ Se eu não conseguir algum abrigo/ Sim, eu irei desaparecer".

Tom Waits - "The Earth Died Screaming" - A música tem o mesmo título de um filme britânico de 1965 (e é homônima de uma canção do grupo UB40). Faz parte de "Bone Machine", um dos principais discos de Waits, recheado de canções sombrias.

Roberto Carlos - "Apocalipse" - O Rei, autor inesgotável de canções que celebram o amor, a amizade e a vida, também tratou do fim do mundo. "Perto do fim do mundo/ Quem quer correr não pode/ Onde há fumaça, há fogo/ Quando a verdade explode/ Muitos não querem ver/ Mentes em eclipse/ Mas tudo está escrito/ No Apocalipse". Saiu no disco de 1986 de RC.

Raul Seixas – "O Dia em que a Terra Parou" - Canção que dá nome ao sétimo disco de Raul Seixas. Na música, o cantor conta que sonhou com "O dia em que todas as pessoas/ Do planeta inteiro/ Resolveram que ninguém ia sair de casa/ Como que se fosse combinado em todo o planeta/ Naquele dia, ninguém saiu de casa, ninguém".

CPM 22 – "Um Minuto para o Fim do Mundo" - "Um minuto para o fim do mundo/ Toda sua vida em 60 segundos/ Uma volta no ponteiro do relógio pra viver". O fim do mundo, aqui, é uma metáfora para a falta que uma garota faz. "Quando estou com você/ Sinto meu mundo acabar/ Perco o chão sob meus pés/ Me falta ar pra respirar/ Só de pensar em te perder por um segundo/ Eu sei que isso é o fim do mundo"

The Doors – The End - Uma das mais emblemáticas e fortes canções da banda de Jim Morrison, foi composta originalmente como uma despedida para ma amiga. Mas a canção foi tomando corpo e outros significados com o passar dos anos e com a intensidade de suas interpretações ao vivo. "Este é o fim/ Bom amigo/ Este é o fim/ Meu único amigo, o fim/ Dos nossos planos elaborados, o fim/ De tudo o que está de pé, o fim/ Sem segurança ou surpresa, o fim".

Paula Toller e Sandy - "E o Mundo Não se Acabou" - O mundo não acabou? Os maias estavam errados? Assis Valente compôs esta canção em 1938, e ela foi gravada por diversas vozes, como Carmem Miranda e Adriana Calcanhotto. E por Paula Toller, que a interpretou ao lado de Sandy.

O fim do mundo em 10 filmes
Assista a cenas de longas que mostram catástrofes no planeta e o que acontece com os poucos humanos sobreviventes.

"O Dia Depois de Amanhã" (2004): O aquecimento global é o vilão no filme catástrofe de Roland Emmerich. Após receber avisos do climatologista vivido por Dennis Quaid, resta aos governos enfrentar a fúria dos mares, das tempestades de granitos e dos furacões.

"O Exterminador do Futuro 3 - A Revolta das Máquinas" (2003): No terceiro filme da franquia que lançou Arnold Schwarzenegger ao estrelato, o computador Skynet utiliza ogivas nucleares para promover o dia do julgamento final e exterminar a raça humana, dando início à revolta das máquinas.


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O ator Nicolas Cage presencia o fim do mundo em "Presságio" (2009)

"Presságio" (2009): No filme, o professor interpretado por Nicolas Cage entra em contato com uma série de números que faz referência aos horários e locais de desastres dos últimos 50 anos, sendo que três deles ainda não ocorreram. Desta vez é o fogo de uma explosão solar que varre cidades do mapa.

"Impacto Profundo" (1998): Na trama, um cometa em rota de colisão com a Terra é descoberto por um astrônomo-mirim (Elijah Wood). Apesar de conseguirem dividi-lo em dois, os governos do planeta precisam lidar com os estragos causados pelo impacto de um deles, que provoca uma onda destruidora gigantesca.

"2012" (2009): O blockbuster mostra o planeta sendo consumido por uma cadeia de desastres naturais, entre eles terremotos e tsunamis. Ao final, apenas parte do continente africano sobrevive às catástrofes.

"Eu Sou a Lenda" (2007): Nesta história pós-apocalíptica, o personagem de Will Smith é o único sobrevivente de um mundo onde a vida humana foi dizimada por um vírus - do qual ele é imune. Acompanhado de seu cachorro, resta ao último homem caçar a própria comida nas ruínas de Nova York e lutar contra pessoas infectadas que se transformaram em criaturas semelhantes a vampiros.

"O Livro de Eli" (2010): Décadas após ser devastada por uma guerra nuclear, a Terra se tornou um mundo sem lei. É nele que Eli, papel de Denzel Washington, vaga protegendo aquela que deve ser a última Bíblia - livro cobiçado por homens que querem utilizá-lo para governar seus semelhantes.


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Mel Gibson em cena de "Mad Max 2" (1981)

"Mad Max 2 - A Caçada Continua" (1981): Na série "Mad Max", a luta por combustível é o que move os sobreviventes da guerra travada pelas potências. No segundo filme, o ex-policial Max Rockatansky (Mel Gibson) segue vagando por uma terra árida até encontrar uma gangue de arruaceiros que cobiça a refinaria de petróleo de um grupo de sobreviventes.

"Wall-E" (2008): Não foram as guerras, epidemias, meteoros ou mudanças climáticas que transformaram a Terra num grande lixão sem vida. Na animação da Pixar, os culpados foram os humanos e seu consumismo desenfreado. Com o ar do planeta se tornando cada vez mais tóxico, a população é confinada ao espaço, deixando para trás um exército de robôs compactadores de lixo chamados Wall-E.

"A Estrada" (2009): Baseado no livro de ficção pós-apocalíptica de Cormac McCarthy, o longa mostra a luta de um pai e de seu filho para sobreviver em um mundo sem animais ou natureza. Enquanto o planeta morre aos poucos, a dupla precisa procurar alimento e fugir dos grupos de sobreviventes que aderiram ao canibalismo.

O fim do mundo em 10 livros
Veja como o apocalipse foi retratado na literatura por autores como Stephen King, José Saramago e Cormac McCarthy
Se a profecia se confirmar e o mundo realmente acabar nesta sexta-feira (21), quantos livros você terá deixado fechados na estante ou empilhados na mesa de cabeceira? Um número considerável, talvez, mas não desanime: se o apocalipse da vida real for minimamente semelhante aos narrados na literatura, há uma chance de você ser o único ou um dos poucos sobreviventes.

Nesse caso, você ainda terá tempo para ler, e personagens criados por autores como Richard Matheson e Cormac McCarthy poderão dar algumas dicas sobre como encontrar alimentos e combater canibais em um planeta destruído.

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"O Último Homem", de Mary Shelley

Pensando nisso, o iG separou uma lista de livros sobre o fim do mundo - que também valem a leitura mesmo se nada acontecer.

“Apocalipse”, livro final do Novo Testamento (45 e 90 d.C.): É intitulado e iniciado pela palavra "apocalipse" que, no grego, significa "revelação", "descoberta". O autor, identificado como o apóstolo João, descreve eventos futuros que foram revelados a Jesus Cristo, que passou tal conhecimento aos seus discípulos.

“O primeiro anjo tocou a trombeta. Granizo e fogo misturados de sangue foram jogados sobre a terra. A terça parte da terra virou brasa, a terça parte das árvores e toda erva verde. O segundo anjo tocou a trombeta. Foi lançada no mar como que uma grande montanha ardendo em chamas e a terça parte do mar se converteu em sangue. Morreu a terça parte das criaturas que vivem no mar e foi destruída a terça parte dos navios.”

“O Último Homem”, de Mary Shelley (1826):Da mesma autora de “Frankenstein”, o livro se passa no ano 2100. Lionel Verney, filho de uma família nobre lançada à pobreza, é o único sobrevivente de uma praga que, gradualmente, destruiu a humanidade.

“Enquanto isso, meu pai, esquecido, não conseguia esquecer. Ele lamentava a perda daqueilo que para ele era mais necessário do que ar ou comida – a excitação do prazer, a admiração dos nobres, a vida luxuosa e polida dos grandes. A consequência foi uma febre nervosa, durante a qual ele recebeu os cuidados da filha de um camponês pobre, que lhe ofereceu abrigo.”

"Eu Sou a Lenda", de Richard Matheson (1954): Adaptado três vezes para o cinema, conta a história do único sobrevivente de uma epidemia de um vírus. Em Nova York, ele continua lutando por sua vida, ameaçada por humanos infectados que se transformaram em criaturas semelhantes a vampiros.

“Ele se deitou na cama e respirou a escuridão, torcendo para conseguir dormir. Mas o silêncio não ajudou muito. Ele ainda podia vê-los lá fora, os homens de rosto branco rondando sua casa, incessantemente procurando um jeito de entrar e chegar até ele. Alguns deles, provavelmente, agachados como cães, os olhos vidrados na casa, os dentes se mexendo devagar; indo e vindo, indo e vindo.”

“Na Praia”, de Nevil Shute (1957): Depois de a Terceira Guerra Mundial devastar a maior parte do planeta com ataques nucleares, alguns sobreviventes na Austrália são ameaçados por nuvens radioativas que se movimentam em sua direção. Quando um capitão de um submarino detecta um sinal vindo da região onde antes se encontrava uma cidade americana, tem início uma busca por possíveis sobreviventes.

“O tenente-comandante Peter Holmes, da Marinha australiana, acordou pouco depois do amanhecer. Ele ficou deitado, sonolento, por um tempo, embalado pelo quente conforto de Mary, que dormia a seu lado. Ele sabia, pelos raios de sol, que era por volta de 5h: muito em breve a luz iria acordar sua filha Jennifer, no berço, e eles teriam de levantar e começar os afazeres. Não havia motivo para começar antes disso; ele podia ficar deitado um pouco mais.”

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J.G. Ballard, autor de "O Mundo Submerso"

“Um Cântico para Leibowitz”, de Walter M. Miller Jr. (1960): Centenas de anos após uma guerra nuclear acabar com a maior parte da Terra, monges em um monastério no deserto americano tentam preservar livros que podem salvar o que sobrou da humanidade.

“Fervorosamente, Paulo rezara para que esse momento fosse como uma ponte sobre o abismo de doze séculos - e para que, através dele, o último cientista martirizado de uma era remota pudesse dar a mão ao porvir. Havia, na verdade, um abismo. Isso era claro. O abade sentiu de repente que não pertencia à era presente, que ficara encalhado num banco de areia ao longo do rio do Tempo, e que nunca houvera uma ponte.”

“O Mundo Submerso”, de J.G. Ballard (1962): A sacada do escritor britânico foi criar um protagonista que, ao contrário dos presentes na maioria dos livros sobre o apocalipse, não se sente perturbado, mas, sim, fascinado pelo caos que se instaurou sobre a Terra após uma catástrofe ambiental.

“Do balcão do hotel pouco após as oito horas, Kerans viu o sol despontar além das densas matas de gigantescas gimnospermas crescendo sobre os telhados das lojas de departamento abandonadas, a quatrocentos metros dali, do lado leste da lagoa.(...) O disco solar já não era há muito uma esfera bem definida, mas uma elipse, saltando no horizonte ocidental como uma colossal bola de fogo, seu reflexo tornava a superfície morta do lago em um escudo brilhante de cobre.”

“A Dança da Morte”, de Stephen King (1978): Considerado um dos melhores livros do autor, retrata a vida de sobreviventes de um vírus extremamente mortal que se espalha pelos Estados Unidos após um homem escapar de uma instalação para testes biológicos.

"Por volta das quatro, nuvens começaram a se formar sobre Manhattan e o som de trovão rolava de lá para cá entre os paredões da cidade. Relâmpagos se bifurcavam abaixo sobre os edifícios. Era como se Deus estivesse tentando assustar as poucas pessoas remanescentes fora de abrigo. A luz havia se tornado amarela e estranha, e Larry não gostava disso."


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O escritor Stephen King, autor de "A Dança da Morte"

“Ensaio Sobre a Cegueira”, de José Saramago (1995): Não é exatamente o fim do mundo, mas é como se fosse, dada a angústia causada no leitor pelo autor português vencedor do Prêmio Nobel de Literatura. No livro, um motorista parado no semáforo se descobre cego, no primeiro caso de uma epidemia de cegueira que leva a sociedade ao caos.

“Num movimento rápido, o que estava à vista desapareceu atrás dos punhos fechados do homem, como se ele ainda quisesse reter no interior do cérebro a última imagem recolhida, uma luz vermelha, redonda, num semáforo. Estou cego, estou cego, repetia com desespero enquanto o ajudavam a sair do carro, e as lágrimas, rompendo, tomaram mais brilhantes os olhos que ele dizia estarem mortos.”

“A Estrada”, de Cormac McCarthy (2006): ficção pós-apocalíptica adaptada para o cinema, acompanha a jornada de um pai e seu filho, que tentam sobreviver em um mundo afetado por uma tragédia ambiental que deixou a Terra sem animais ou plantas. Além de buscar alimentos, eles têm de enfrentar outros sobreviventes que aderiram ao canibalismo.

"Quando ele acordava na floresta no escuro e no frio da noite, estendia o braço para tocar a criança adormecida ao seu lado. Noites escuras para além da escuridão e cada um dos dias mais cinzento do que o anterior. Como o início de um glaucoma frio que apagava progressivamente o mundo. Sua mão subia e descia de leve com cada preciosa respiração. Removeu a lona de plástico e se levantou em meio às roupas e cobertas fedorentas e olhou para o leste em busca de alguma luz, mas não havia nenhuma."

“Guerra Mundial Z”, de Max Brooks (2006): paródia dos guias de sobrevivência e representação da paranoia que tomou conta dos Estados Unidos durante o governo de George W. Bush (2001-2009), reúne pretensas entrevistas com sobreviventes de dez anos de uma guerra zumbi na Terra. Chega aos cinemas em 2013, com Brad Pitt no elenco.

“Os mortos-vivos tiraram mais de nós do que nossa terra e nossos entes queridos. Eles nos roubaram a confiança que nós tínhamos de que éramos a força de vida dominante no planeta. Nós éramos uma espécie quebrada, trêmula, levada à beira da extinção e grata por um amanhã um pouco menos sofrido.”

Do site ig

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