Um caminho aos (não só a eles) vereadores de São Lourenço da Mata: Alexandre ou Diógenes?

Existem muitas lendas sobre o filósofo grego Diógenes (412–323 a.C). A mais famosa conta que Alexandre – o Grande, filho de Filipe, atraído por sua fama, sabendo que Diógenes era um filósofo que desprezava a ambição e vivia dentro de um barril, resolveu testá-lo. Encontrando-o banhando-se ao Sol em gramado dos arredores de Atenas, colocou-se na frente de Diógenes. Sendo Alexandre o rei de todo o mundo conhecido, exclamou: - Eu sou Alexandre, o Rei. Pede-me o que desejares. Ao que Diógenes responde com impaciência:
- Sai-te da frente do meu Sol. 
Alexandre recriminou: “Não me temes?” E Diógenes acrescentou: “Sois o Bem ou o Mal? “Sou o Bem”, disse Alexandre. “E porque temeria o Bem?”, concluiu o filósofo.
Tamanha a admiração que Alexandre Magno se tomou por Diógenes que costumava afirmar que se não fosse Alexandre queria ser Diógenes.

A primeira parte em negrito é bastante significativa. Alexandre não poderia dar aquilo que não era dele nem nunca poderia ser, mesmo que ele acreditasse piamente nisso.
A segunda parte também merece destaque, pois Alexandre compreendeu a verdade e sem vaidades, mesquinharia, orgulho besta viu naquele misto de filósofo e mendigo um exemplo.
O exemplo veio de baixo e a compreensão partiu de cima. Bem poderíamos ter o melhor dos dois mundos aos dois grupos: a Sociedade Civil e o Estado. 
Quem é eleito vem do povo (não me refiro exatamente a segmento  específico, para ser necessariamente redundante), pode ser de um partido, grupo, associação, porém não nasceu eleito. Foi posto lá. É como um funcionário só que de maior (e bem maior mesmo) responsabilidade e abrangência. Alguns podem assumir uma posição alexandrina, no que diz respeito à arrogância (e até perdoo Alexandre, pois havia dois complicadores: idade e educação. Mesmo tendo sido cercado por bons filósofos, parece não ter "concluído o curso" e ainda lhe restava certa imaturidade), tomando para si uma obra, benefício, afirmando ser uma atuação quase-divina. Aprendamos com tão importante lição do próprio senhor da Macedônia e boa parte da Ásia - lembrar que também é população. Não há dúvidas que os parabéns devem ser dados quando o legislador, gestor faz aquilo que lhe é atribuído e acreditado.
Semelhantemente o eleitor precisa ter o espírito, a clareza do carregador de lanterna para reconhecer o que é dever, benefício, e desta forma encarar qual é a atribuição, sem exigir o que não é da competência dos edis, mas sim reconhecer o papel de cada. Em suma: dever, noção da responsabilidade e a atuação desta são discordantes do endeusamento, falta de importância e desleixo político.

Nasceu no ano 413aC.,  esse homem excêntrico, misto de mendigo e filósofo que desprezava as leis humanas contentando-se, apenas, a se modelar nas leis da Natureza...
Uma espécie de Gandhi da Antiguidade grega, amado e respeitado pelo povo de Atenas e posteriormente pelos povos antigos e cultuado como um dos mais famosos filósofos gregos.
Como prova do reconhecimento dos seus contemporâneos de Atenas, depois de sua morte erigiram-lhe uma estátua de bronze, com a seguinte inscrição:
“O próprio bronze envelhece com o tempo, mas tua glória, Diógenes, nem toda a eternidade destruirá... Pois, apenas tu ensinaste aos mortais, a lição da auto-suficiência na vida e a maneira fácil de viver...”
O anedotário ao redor do seu nome é vasto, e vai desde a crônica irônica e até grosseira dos poetas cômicos que proliferavam em sua época, mas sempre prevalecendo a compaixão e um profundo amor dos cidadãos de Atenas por esse homem tão cortejado até por poderosos príncipes e reis como Filipe, Rei da Macedônia e seu filho, Alexandre Magno e Xeníades que o teria comprado como escravo, mas se tornara logo em seguida o preceptor dos filhos desse potentado...
O nome Diógenes vem do grego “dios” – Zeus, e “genes” geração, ou seja “Gerado por Deus...”.
Seu desprezo pelas leis, pelos ricos e potentados atraia, contrariamente ao que se poderia naturalmente presumir, a atenção e até a admiração desses potentados. Daí sua fama.
Quando Filipe, rei da Macedônia invadiu a Grécia avaliando entre os prisioneiros aquele homem excêntrico, perguntou-lhe:
- Sabes quem sou?  Ao que o filósofo respondeu:
- Um observador de tua ambição.
Impressionado, Filipe mandou soltá-lo.
Tempos depois Alexandre – o Grande -, filho de Filipe, atraído por sua fama, encontrando-o, banhando-se ao Sol em gramado dos arredores de Atenas, exclamou:
- Eu sou Alexandre, o Rei. Pede-me o que desejares. Ao que Diógenes responde com impaciência:
- Sai-te da frente do meu Sol.
Alexandre recriminou: “Não me temes?”  E Diógenes acrescentou: “Sois o Bem ou o Mal?  “Sou o Bem”, disse Alexandre. “E porque temeria o Bem?”, concluiu o filósofo.
Tamanha a admiração que Alexandre Magno se tomou por Diógenes que costumava afirmar que se não fosse Alexandre queria ser Diógenes.
Certa vez vendo um menino bebendo água na concha da mão quebrou a caneca afirmando... Um menino me deu uma lição de simpliscidade.
Era notória a ironia como Diógenes criticava  Platão e sua filosofia. Certa vez freqüentando um banquete que Platão oferecia, pisando nos ricos tapetes da residência de Platão afirmou com malícia:
- Piso no orgulho de Platão... Ao que Platão retribuiu:
- Com outra espécie de orgulho...
Certa vez Diógenes fazia um discurso na praça pública e as pessoas não se interessavam pelo tema. Diógenes parou de falar e começou a assobiar. Então o povo se voltou com grande admiração pelo assobio. E Diógenes os recriminou: “Como sois estúpidos. Quando falo de filosofia voltam-me as costas. Quando repito suas tolices contumazes, tomai-vos de interesse...”
Criticava as pessoas que pagam três dracmas por um estátua e se arengam ao pagar uma moeda de cobre por uma quarto de farinha. Criticava os atletas que competem se esmurrando em público, mas ninguém compete para se tornar moralmente excelente...
Costumava andar ao pleno meio-dia com uma lanterna acessa. Aos que perguntavam sobre tal excentricidade  o filósofo respondia: “Procuro um homem de Bem”.
Os atenienses o amavam, como ficou demonstrado quando um vândalo quebrou o tonel, dentro do qual dormia. O povo surrou o vândalo e comprou um novo tonel para Diógenes... Quando alguém o recriminava por freqüentar lugares sujos retrucava: “O Sol frequenta latrinas. No entanto, não se contamina.”
Diógenes escreveu vários livros: Cefalion, Ictias, A Gralha, Hipsias, Aristarcos, O povo Ateniense, entre outros. Afirmava que a moderação é solução para os jovens, consolo para os velhos, riqueza para os pobres e ornamento para os ricos... Diógenes morreu no mesmo dia em que morreu Alexandre...

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