É um texto duro. Avisado antecipadamente, escolha lê-lo ou descartá-lo.
Filas enormes, pessoas impacientes, horário quase-inflexível (para ser eufemista) de chegada dos veículos coletivos nos terminais e o ingrediente-bomba - pessoas sem educação (suficiente) para entenderem que o prejuízo da demora não se aplica apenas a um grupo à espera. Chega o ônibus / metrô e... Atropelo, tumulto, gritaria e se havia bons modos, ficaram em casa ou em qualquer outro lugar distante. As desculpas populares são as mais esdrúxulas possíveis: " - Demorou, vou acotovelando; - Quem mandou atrasar! - Eu só quero ir sentado (mesmo que seja atropelando os demais e furando a fila); - Farinha pouca? Meu pirão primeiro!" E assim por diante.
O "vírus" chegou à integração do Terminal Rodoviário do Recife, ou TIP, como queira; ontem (quinta-feira) às 18:10 horas. O que já era ensaio semanas atrás (uns olhavam para um lado e outro à procura de alguma fiscalização, a fim de praticar a incivilidade) tornou-se ação deliberada, a exemplo de outros terminais. São Lourenço-TIP - veículo da abordagem. Um erro não justifica o outro, por reclamarmos algo que não temos feito por onde exigir. A cidadania pratica-se e exige-se, nesta ordem.
Não pude deixar de pensar na baixeza dos praticantes. Manuel Bandeira, agora é contigo:
O Bicho
Vi ontem um bicho
Na imundície do pátio
Catando comida entre os detritos.
Quando achava alguma coisa,
Não examinava nem cheirava:
Engolia com voracidade.
O bicho não era um cão,
Não era um gato,
Não era um rato.
O bicho, meu Deus, era um homem.
Vi ontem um bicho
Na imundície do pátio
Catando comida entre os detritos.
Quando achava alguma coisa,
Não examinava nem cheirava:
Engolia com voracidade.
O bicho não era um cão,
Não era um gato,
Não era um rato.
O bicho, meu Deus, era um homem.
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