Aparecer. Seja em qualquer circunstância, local, motivo, o que vale é ser notado, visto. Uma modalidade do narcisismo colocada em prática com bastante empenho. É preciso discernimento sadio (sim!) para a superexposição diferenciar-se do puro, simples e inocente notório e como há uma proporção razoável de bons entendedores essa compreensão existirá por parte de boa quantidade de pessoas que leem este texto no momento.
O pretendido é apresentar o social, político e ético-midiático, afinal acontece com certa periodicidade e precisa de uma análise, ainda que inicial, mas impulsionadora à reflexão dos ainda capazes de perceber-se e perceber em outrem as atividades do gênero.
As recentes mudanças no comando municipal em São Lourenço da Mata provocaram uma profusão de imagens e textos, na verdade até algum tempo antes disso, não muito distante. Ao vislumbrar a oportunidade de uma exposição dadas as características necessárias a quem assumiu a gestão de rever, confirmar e determinar reformas, mudanças e construções, etc., pessoas notaram que havia aí momento para darem-se a conhecer ou reforçar sua imagem de maneira associada ou contrária.
Claro que com as eleições vindo em 16, quem pretende ser candidato a candidato também despertou com mais disposição e então os discursos ficaram mais ácidos ou com maior periodicidade. Postagens em redes sociais ganharam crescentes textos, imagens e até "ferocidade".
Em adição ao título do post, redes de informação pessoais ou compartilhadas demandam informações de maneira pouco pensada ou mesmo dissimulada, procurando com isso estar nos "trending topics", uma vez que alguns incautos caem na armadilha de responder a quem jamais quis qualquer tipo de troca informativa, na verdade deseja protelar uma "conversa curta", pretensos repassadores de notícia, na verdade como aquelas prosadoras de janela, olhando a vida passar e alimentando-se do que especulam e conseguem de quem lhes dê atenção. Não percebem sadiamente que isso só leva ao "afogamento" (relembrando o fim trágico da lenda grega).
Aqui reside a condição-mor do equilíbrio social: ver quem são e o que fazem, uma vez notados, deixados de lado, mas só um pouco, porque não ser quer depreciar demasiadamente tais, mas que se deixem viver, recurso dado a todos por dádiva celeste.
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