| 09 NOVEMBRO 2015
Desejo de matar
A foice da morte, um cano
pequenos membros suga.
A morte em um oceano
de sal, sem chance de fuga.
Sua carnezinha pouca,
Não têm força de lutar
Contra uma tesoura louca
No desejo de matar.
Certamente que é culpado
De algum crime cometer;
Daí o ser triturado,
Não lhe deixarem viver...
Grita, não há quem ouça,
Espicaçado à traição,
Sai da sua à outra bolsa,
E, em gomos, ao lixão.
Pena de morte inclemente
Sem ter crime, recebeu:
“Não tem alma, não é gente,
Nada sente o que morreu...”
Do divino, que era espelho,
Fica a imagem reduzida
A um rastro bem vermelho
De carne humana moída.
E o sonho, da mãe flagelo:
Monstro sem alma a chorar;
Sempre esse pesadelo
A vem fazer soluçar.
É silêncio, foi-se em ais,
Esmagado pelos seus...
Este, morto pelos pais,
Espera vingança em Deus.
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