Minhas lembranças natalinas:

Em uma sociedade cada vez mais precoce, apressada, rememoro momentos há muito perdidos no tempo, porém resgatados na memória... Uma rua com entrada e saída únicas, na parte baixa de um bairro, no alto a possibilidade de enxergar um templo religioso ao longe, canal beirando a calçada e a condição de ver peixinhos nas águas laterais. Ficava sentado na caixa d'água do lado de fora observando os vizinhos preparando a grande mesa para o dia 25. Nos doze metros de extensão cabia todo tipo de doces, bolos, salgados, sucos, pratos...

Meus olhos brilhavam com toda aquela movimentação, pois sabia que seria a melhor festa do ano. Meu pai preparava o sistema de som que tocaria um serviço de áudio e música. Recados do coração, mensagens de Natal e canções da época levavam-me a uma região só acessível na mente. Nos quinze dias de preparação, a rua era lindamente enfeitada, a vizinhança comprava milhares de presentes a fim de enfeitar a árvore que ficava no fim da rua.

Chegado o dia nós brincávamos ao redor da mesa, por toda a rua, risos desenfreados, pega-pega, pique-esconde. O momento era mágico e parecia estarmos em outro universo. Abraços, cheiros, chamados à mesa e cortadas as carnes nobres, abertos os champanhes tínhamos um Natal mais que especial. Os brinquedos distribuídos e aquela voz amplificada ao fundo nos melhores sentimentos dezembrinos, queria que não acabasse.

Postar um comentário

0 Comentários

Close Menu