Blog comenta prisão de Palocci e reúne fotos com Lula e Dilma para legendas 'zueras'
Por: Felipe Moura Brasil
Veja abaixo: legendas ‘zueras’, resumão e tuitadas.
Rumo aos chefes
A prisão de Antonio Palocci é mais um degrau na subida da Lava Jato até Lula, o “comandante máximo” – nas palavras do procurador Deltan Dallagnol – da propinocracia instalada pelo PT no Brasil.
Palocci “era responsável pela coordenação dos recebimentos por parte de seu grupo político de pagamentos sub-reptícios pelo Grupo Odebrecht”, resumiu Sergio Moro ao acatar o pedido alternativo da Polícia Federal pela prisão temporária, recusando por ora o de preventiva.
Entre 2008 e outubro de 2013, foram “pagos subrepticiamente 128.522 milhões de reais pelo Setor de Operações Estruturadas da Odebrecht”, vulgo setor de propinas, “a agentes do Partido dos Trabalhadores, havendo ainda um saldo de cerca de setenta e um milhões de reais a ser pago”, escreveu o juiz.
Em razão do valor, Moro decretou o bloqueio de até 128 milhões de reais em recursos das contas bancárias de Palocci, dos assessores do petista Juscelino Dourado e Branislav Kontic e de duas empresas investigadas na 35ª fase da Lava Jato, incluindo a Projeto Consultoria Empresarial e Financeira.
“A grande maioria (desse dinheiro), sim, era destinada ao Partido dos Trabalhodores”, disse a procuradora Laura Tessler na coletiva da Operação Omertà. “Há registros de despesas a campanhas e aos marqueteiros João Santana e Mônica Moura” – mas há indícios de que Palocci também embolsou, digamos, a sua taxa administrativa.
“Há uma anotação de R$ 6 milhões, que requer maior aprofundamento. Mas há possibilidade de que tenha havido proveito pessoal”, disse Tessler.
Instituto Lula
Parte da propina de Palocci foi destinada à compra de um terreno para a sede do Instituto Lula, segundo o Ministério Público Federal.
Moro escreveu no despacho:
“Em cognição sumária, há prova de que o Grupo Odebrecht teria adquirido, com utilização de interposta pessoa, imóvel para implementação do Instituto Lula.”
“Cogitou-se inicialmente na utilização de José Carlos Costa Marques Bumlai como pessoa interposta, sendo tal opção descartada em favor de empresa cujo dirigente mantinha boas relações com Marcelo Bahia Odebrecht. (…)”
“A negociação, realizada ainda em 2010, durante o mandato do ex-presidente, teria contado com a coordenação de Antônio Palocci Filho, Roberto Teixeira e Marcelo Bahia Odebrecht. O dispêndio do preço pelo Grupo Odebrecht foi debitado na planilha com os compromissos financeiros com o grupo político”.
A Lava Jato aponta que Palocci atuou para favorecer a Odebrecht em pelo menos quatro frentes junto ao governo federal:
1) obtenção de contratos com a Petrobras interferindo na licitação para a compra de 21 navios sonda para exploração da camada pré-sal;
2) medida provisória (MP) destinada a conceder benefícios tributários à empreiteira então presidida por Marcelo Odebrecht (MP 460/2009);
3) negócios envolvendo programa de desenvolvimento de submarino nuclear – PROSUB;
4) e financiamento do BNDES para obras a serem realizadas em Angola.
A análise das mensagens de celular de Marcelo confirmou ainda o seguinte:
a) Palocci, e não Guido Mantega, é o verdadeiro “italiano” que consta na lista de propinas da Odebrecht;
b) Lula (“PR”, de presidente da República) foi acionado para compensar a em após derrota sofrida com o veto a um benefício (que o Supremo Tribunal Federal declarou extinto desde 1990) aprovado na MP.
“(Palocci) vai estar com PR na 2a. ou durante o final de semana. Combinamos de nos encontrar amanhã às 15h. Ele mesmo pediu além dos argumentos para a sanção/veto parcial, que levássemos alternativas para nos compensar”, escreveu Marcelo Odebrecht (“MO”). “Sejamos criativos!”
Marcelo Odebrecht, aquele que nada tinha a confessar e cuja prisão fora “espetaculosa”, ainda reclamava de quem não dava contrapartida à propina.
Pois é.
Cobertura em tuitadas:
– Mas afinal: R$ 128 milhões de propina “ao PT e seus agentes, incluindo Palocci”, É GÓPI ou É GÓPI, meu povo? Quem era mesmo “espetaculoso”?
– Você está vendo na TV como PT faturou R$ 128 milhões em propina de empresários tomando medidas de governo em favor deles. Partido dos ricos.
– Com Mantega, mimimi petista foi por prisão no hospital. Com Palocci, é por aviso idiota de Alexandre Moraes no domingo: “essa semana tem mais”. Chorem.
– Com prisão de Palocci por atuação no BNDES, seu ex-presidente Luciano Coutinho, comparsa de Lula no Foro de São Paulo, fica mais próximo da cadeia.
– Erenice Guerra, braço-direito de Dilma, também é tida pelos petistas como sendo o próximo alvo da Lava Jato. O Belo Monte de propinas tem consequências.
– Petistas confiam mais em Palocci para manter o pacto mafioso de silêncio do que em Mantega. Mas talvez Lava Jato nem precise que eles falem.
– Delegado Pace: “Análises que fizemos prescindiram da participação de Marcelo Odebrecht” (que ficou em silêncio), dada “robustez das provas”.
– Imagine MPF revelando dinheiro de propina destinado à compra de terreno do Instituto FHC. PT faria um megaescândalo. Mas foi para o de Lula.
– Delegado Pace: “Marcelo Odebrecht diz em mensagem a Palocci que ‘havia risco’ naquela aquisição (de terreno do Instituto Lula).” Espertinho.
– PF: Alexandrino Alencar (companheiro de viagens de Lula) participou de reunião entre Marcelo Odebrecht e Palocci após início da Lava Jato.
– Atenção à prisão de Palocci, cariocas:
Felipe Moura Brasil
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