O Irã da Rede Globo e a realidade:

A Rede Globo como sempre prestando seu desserviço ao pais trouxe um programa televisivo vergonhoso - de mensagem nada subliminar - glamourizando um país que viola despudoramente todos os Direitos Humanos de seu povo: o Irã.

No programa "Globo Repórter", a eterna jovial Glória Maria com seu rotineiro otimismo para narrar ditaduras e regimes opressores, apresentou um país só visto nos contos de fadas, onde todos são felizes dentro do maravilhoso sistema em que vivem. Como se aquilo fosse algo corriqueiro e respeitável, apoiado no mantra "é a cultura deles". Forçando seu telespectador a acreditar nas maravilhas do islã e seus déspotas, de forma a torná-lo palatável aos olhos e sentidos dos incautos brasileiros.

Obviamente que não estamos a desmerecer, ou a negar que a antiga Pérsia, hoje República Islâmica do Irã, tem passado histórico riquíssimo. Uma das civilizações mais antigas do mundo e de indiscutível importância. Desde seu Reino de Eslam em 2800 a.C. passando pelos Império Aquemênida, Império Sassânida, Império Safávida, Revolução Constitucional Persa de 1906 que instituiu o primeiro parlamento da nação até a famigerada Revolução Iraniana de 1979 - aquela que impôs uma brutal teocracia, derrubando todos os avanços que o país havia conseguido, e hoje em nada justificam a alegria e empolgação narradas pela jornalista.

O Irã é um país que vive de um regime autoritário e violento, instigado pelo atraso e regras do islã xiita (seguido por 94% da população), regido com mão de ferro por bizarros aiatolás e políticos sanguinários, que, por exemplo, negam o Holocausto, ameaçam "riscar Israel do mapa" e amaldiçoam a maior democracia do mundo, os Estados Unidos. Um regime ditatorial sem quaisquer compromissos com a liberdade, ou com a democracia - aliás, palavras proibidas na republiqueta. O que a gloriosa Glória Maria nos mostra, a realidade desmente. Ela vende um país imerso na alegria de um povo livre e afortunado, o que constitui uma canalhice inexplicável.

O atual regime iraniano é condenável sob todos os aspectos da respeitabilidade humana. O país é um notório violador de Direitos Humanos, o que já foi inclusive reconhecido por diversas Comissões da ONU e mostrado em sérios estudos independentes. No país, apesar da existência de uma Constituição estabelecendo direitos fundamentais e garantias legais, na prática, o que se vê é a covardia de uma tirania islâmica.

Um país em que o judiciário não é soberano e atua para satisfazer as vontades do Líder Supremo, onde, na verdade, inexistem garantias processuais. Onde provas forjadas e confissões feitas sob coação são legais e admitidas pelos tribunais.

O país tem o islã como religião oficial e constitucionalmente admite outros credos (Art. 12 da Constituição Iraniana), mas que persegue todas as minorias religiosas. É um dos países do mundo que mais persegue cristãos e judeus.

Apesar da constituição iraniana em seu artigo 175 garantir a liberdade de expressão e pensamento, o imposto pelos aiatolás é exatamente o contrário. Existe um rigoroso controle de seus jornalistas, há proibição para a imprensa estrangeira filmar ou fotografar o país - a própria Glória Maria, num momento de verdade, conta que demoraram meses para receber a autorização de filmagem. Local onde a intimação e detenção de jornalista é comum. Onde notícias são censuradas e só é publicado o que é permitido e conveniente ao regime teocrático. País onde antenas parabólicas são proibidas e confiscadas pelo governo. O regime determina também o controle absoluto da internet.

Uma republiqueta onde mulheres não têm praticamente direito algum. Em que a violência doméstica e o estupro são tolerados. Paraíso islâmico que obriga mulheres a usarem o hijab em locais públicos, sob pena do pagamento de multa e chicotadas, caso reincidentes. Um país que não admite o estupro dentro do casamento, pois o sexo é uma obrigação e não pode ser negado ao marido.

Segundo um estudo da Universidade de Teerã, datado de 2012, no Irã uma mulher é agredida a cada 9 segundos. Lá o divórcio só é permitido se o marido concordar com o mesmo, mas, ele, marido, pode divorciar-se sem apresentar qualquer motivação. País onde mulheres ganham 4,5 vezes menos do que homens (relatório do Global Gender GAP-2012), e que tem apenas 20% de força de trabalho feminino. Dentre 135 países pesquisados, a republiqueta teocrática ocupa o 127° posição na igualdade de tratamento entre homens e mulheres.

As fétidas prisões brasileiras se comparadas com as do Irã podem ser chamadas de hotéis com regras estabelecidas, pois lá presos são torturados, espancados, estuprados e queimados com cigarro. Nestes locais, presos são também obrigados a ingerir fezes, têm suas unhas removidas, são privados do sono e tomam surras diárias. No Irã não há a garantia do devido processo legal, admitindo-se "Tribunais Revolucionários“- em que juízes adotam para réus a penalidade que bem quiserem de acordo com o primitivo ordenamento da lei islâmica.

Neste sentido, o uso da flagelação e da amputação é considerado pelo governo apenas como um método de punição e jamais uma caracterização de tortura.

Os presos políticos do Irã sofrem a chamada "tortura branca" e também violações inacreditáveis, conforme mencionado no relatório da DRL, da Comissão da Terceira Assembléia da ONU de 2012. Para se ter uma ideia dos absurdos sofridos, de 2002 a 2012 foram prolatadas 3.766 sentenças condenatórias determinando a flagelação de condenados.

O país tem forças de segurança corruptas e ineficientes que usam e abusam da tortura e o governo finge sistematicamente não enxergar.

Um país que impõe a pena de morte para homossexuais - obrigados a adotar absoluta discrição para sobreviverem, caso contrário são executados. Um paraíso em que não é permitido qualquer demonstração pública de carinho. O Irã feliz e satisfeito mostrado pelo jornalismo global é uma farsa. O povo vive em uma repressão absurda, e, não no mundo encantado mostrado por Glória Maria.

Tentar relativizar um regime despótico, beligerante, atrasado e cruel é de uma desonestidade assustadora. Parece que a referida emissora de televisão quer mostrar as maravilhas do islã e seus fantásticos regimes.

Como podem ver... Estas "maravilhas" dão lugar ao que há de mais opressor e degradante na humanidade. A desinformação de Glória Maria e sua equipe só perdem para o cinismo e estupidez da jornalista, que ao degustar um simples pepino retrucou; " maravilhoso". Como se pepino não fosse pepino no mundo inteiro. Não venha tentar nos vender este pepino, minha senhora!

Por Claudia Wild

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