A GUERRA DA ROTULAÇÃO MALICIOSA CONTRA A REALIDADE

Por ter erguido seu edifício ideológico sobre a noção pouco plausível e abertamente fraudulenta do igualitarismo radical, ladeada contraditoriamente pelo identitarismo inorgânico e artificial da política de minorias, o esquerdismo torna a realidade confusa e inacessível a quem se deixa contaminar por sua visão de mundo — e isso ocorre mesmo quando a adesão aos valores e aos pressupostos da esquerda não é consciente.

Isso pode ser observado em uma visita rápida a um campus universitário, mas não é necessário realizar essa expedição antropológica excêntrica para entender do que estou falando. Basta ligar a TV, ou abrir uma revista ou um jornal, e você verá um punhado de exemplos que ilustram com perfeição a dificuldade quase intransponível que a esquerda enfrenta para aprender com a realidade e extrair dela qualquer coisa que não seja práxis revolucionária.

Talvez um dos exemplos mais emblemáticos disso seja a postura que a mídia adotou após a vitória eleitoral do Presidente Donald Trump. O establishment midiático, que nunca escondeu sua intenção de empurrar a democrata Hillary Clinton goela abaixo dos americanos, ainda não compreendeu por que seus alertas e apelos foram ignorados.

Na cabeça dos jornalistas, a candidata deles perdeu porque eles não fizeram o suficiente para rotular como racistas, sexistas, homofóbicos e islamofóbicos os candidatos republicanos e seus apoiadores, quando a verdade é que eles perderam justamente por abusar desse expediente, explorando-o para além de todos os limites da verossimilhança — exatamente como fazem agora, num mimetismo subalterno, os jornalistas brasileiros com seus alertas semanais sobre o suposto "perigo" representado pelo Deputado Jair Messias Bolsonaro.

Como são incapazes de apreender esse fato simples, as classes dominantes têm optado por dobrar a aposta e, em vez de fazer um mea culpa e tentar sair da bolha em que vivem, estão exagerando ainda mais na rotulação e na adjetivação, chamando de racista, de machista e de outras platitudes cada um dos indivíduos que, ao redor do globo, se identificam com a revolta anti-establishment protagonizada pela população americana.

Fazem isso na esperança de que essa estratégia lhes dê a vitória nas próximas batalhas, mas, como nos mostram o Brexit, o referendo colombiano, a eleição do Macri na Argentina e a do Trump nos Estados Unidos, além de uma porção de vitórias menores, o feitiço foi quebrado e essa estratégia agora só funciona com pessoas fracas, de personalidades frágeis, que jamais ousam discordar do pensamento dominante por medo de serem considerados anormais — o que significa que podemos esperar ainda muitas vitórias do povo, do homem comum, contra o consórcio das elites progressistas e contra o conjunto de valores postiços e imorais que desejam impor sobre nós.




Filipe G. Martins

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