Nas últimas eleições americanas, Donald Trump marcava posição sobre temas polêmicos, e seus adversários se posicionavam sobre a posição de Trump.
Neste ponto, o fenômeno tem se repetido na pré-campanha presidencial no Brasil.
Concorde-se ou não com Jair Bolsonaro, o deputado marca posição sobre temas polêmicos, e seus adversários se posicionam sobre a posição dele.
Com a greve dos caminhoneiros, foi assim.
Bolsonaro apoiou inicialmente o movimento contra o preço do diesel, frisando que era contra o bloqueio nas estradas. Dias depois, parabenizou os caminhoneiros pelo que chamou de “luta justa contra mazelas que atingem a população causadas pela corrupção enraizada em nosso país”, mas, diante do desabastecimento de combustíveis, alimentos e medicamentos nas cidades, pediu “sabedoria para que tudo volte à normalidade antes que a situação piore” e “caia na conta” dos caminhoneiros o que, na visão dele, “é de total responsabilidade do governo”.
O deputado Silvio Torres, tesoureiro do PSDB, comentou o seguinte, segundo o Painel da Folha:
“Bolsonaro parece o personagem que dá o combustível para incendiar e depois aparece na cena com uniforme de bombeiro.”
Concorde-se ou não com Bolsonaro, repito, o fato é que ele aparece na cena do início ao fim. E Geraldo Alckmin? Tive de entrar em seu Twitter nesta manhã para saber o que o ex-governador pensa sobre o tema.
Alckmin publicou um vídeo no fim da noite de ontem para comentar a greve e escreveu que “o Brasil precisa voltar a funcionar”. Referindo-se a Lula e Bolsonaro, acrescentou que “a população não pode pagar pelo oportunismo de candidatos, presos ou soltos, que estão usando a crise para se cacifar”.
No vídeo, no entanto, o tucano chamou a reivindicação inicial dos caminhoneiros de justa e constatou que eles ganharam o apoio da população, mas que, depois das suas conquistas, a greve deveria ter se encerrado.
Ora, o que há de tão diferente em relação às posições de Bolsonaro, além do fato de que o tucano parece só ter chegado agora a essas conclusões, e o deputado foi marcando suas posições no calor dos acontecimentos, enquanto emplacava manchete atrás de manchete?
Alckmin está atrás de Bolsonaro até no estado de São Paulo, seu reduto eleitoral, também porque está sempre correndo, ou melhor, andando atrás de Bolsonaro no debate público.
Hillary Clinton perdeu uma eleição assim para Donald Trump.
(Felipe Moura Brasil, 30 de maio de 2018)
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