Paralisação nos transportes - Um post / posto seguro:

Foi feito um jogo de palavras no título do post, por causa das informações desencontradas e encorajadas no Whatsapp, Telegram, Facebook, etc. Há um "especialista" com dedo nervoso por trás de quase todo postador.
Não, não serei aderente ao coro dos agoniados.
Trago textos importantes de pessoas que não são "Mãe Dináh", (e ainda bem que não são), pelo contrário, trazem fatos, não elucubrações (em seu significado por extensão). Os textos se complementam, ora apontando o real, ora ampliando a outros assuntos interligados.

Filipe Martins:

Em 1773, um grupo de colonos americanos invadiu três barcos da British East India Company, a única companhia com permissão para vender chá nas treze colônias, e arremessou a carga ao mar. Em seguida, outros grupos se mobilizaram para bloquear as águas navegáveis e fechar o Porto de Boston. O ato levou o governo britânico a declarar lei marcial, mas os ânimos não só não sossegaram como se inflamaram mais ainda. O resto é a história de como a nação americana alcançou sua independência e se elevou ao patamar que ocupa hoje.

Talvez o conservadorismo doutrinário e ideológico também considere o Boston Tea Party um ato de terror e os founding fathers americanos um grupo de terroristas, mas não custa lembrar que a resistência a leis imorais e injustas é uma longa tradição ocidental, que passa não apenas pela independência americana como pelos movimentos de resistência anti-nazista e anti-comunista do Leste Europeu.

A visão de alguns intelectuais brasileiros sobre o que é o conservadorismo beira o ridículo de tão superficial, caricata e chapada. 

Quem quer que trate a disposição conservadora como um código de conduta, do tipo que determina previamente o que pode e o que não pode ser feito, sequer compreendeu o conceito de "prudência", que deveria ser elementar para qualquer conservador, mas que tem sido utilizado de modo bastante equivocado pelos que alardeiam os manuais e as cartilhas de conservadorismo.

Prudência, no sentido que o termo possui na literatura conservadora, não se refere ao temor, ao medo ou à timidez servil diante da ação humana, mas sim à frônese aristotélica, à virtude da sabedoria prática; isto é, à capacidade de agir e de se posicionar diante de situações concretas a partir de uma ética da responsabilidade, que leva em consideração as consequências das escolhas pela ação ou pela inação, e não de uma ética dos princípios, que leva em consideração uma visão formalista, idealista e abstrata da coisa certa a se fazer.

Qualquer pessoa que compreenda isso entende que o conservadorismo não se dá por meio de tomadas de posição apriorísticas, a favor ou contra o que quer que seja, mas por meio de escolhas que só podem ser tomadas levando em consideração as particularidades de cada situação e um cálculo das possíveis consequências dos diferentes cursos de ação (ou de inação) que podem ser tomados. 

Na prática, isso significa que para o conservador jamais haverá uma resposta única, pronta, racional e perfeita para as situações com que nos deparamos na realidade deste mundo imperfeito e caído -- o conservador sempre busca o melhor, ou mesmo o menos pior, dadas as circunstâncias e jamais parte para a generalização uniformizante das escolhas; o que significa que ele permanecerá aberto para outras escolhas e que jamais tentará fixar uma opção como única que goza de validade e legitimidade.

Assim, qualquer pessoa que apareça com fórmulas sobre como os conservadores devem agir, que não admita escolhas divergentes, ou que diga que só há uma resposta válida diante de alguma situação concreta, não passa de um ideólogo; um ideólogo fechado para a realidade e formalista o suficiente para converter até mesmo uma postura prática perante a vida, como o é o conservadorismo, em uma doutrina política, em uma ideologia de corte modernista e iluminista, tão estúpida e tão perigosa quanto qualquer outra.

Se houvesse maturidade entre nossos intelectuais conservadores, esses intelectuais estariam dialogando, debatendo e fazendo análises de conjuntura de modo civilizado, buscando compreender a situação atual e a melhor postura a se adotar diante dela. Em vez disso, o que temos visto é uma tentativa vergonhosa de apelar para a rotulação maliciosa, para ironias desmoralizantes e para outros expedientes típicos de quem quer interditar o debate e tratar como ilegítima e indigna de atenção qualquer tipo de divergência. Isso é realmente lamentável e uma das muitas tragédias que enfrentamos no Brasil.

Ricardo Roveran
Fui cobrado hoje por um seguidor sobre a previsão do cenário da greve dos caminhoneiros.

Quando faço alguma previsão política (e geralmente acerto) é porque estou calçado em FATOS e conheço os interesses dos personagens e grupos que estou lidando.

Na situação da greve dos caminhoneiros tudo que existe são dois fatos: 1) a causa da greve 2) seu desdobramento até a situação atual.

Todo o resto são HIPÓTESES.

A complexidade deste cenário envolve grupos de interesses tão diversos e contraditórios que a leitura é no mínimo caótica.

Acertei na unificação das polícias com 2 anos de antecedência, acertei no IFCN (fact-checkers) e a censura na internet com 1 ano e meio de antecipação, sei que estou certo na "democratização da mídia" que será a censura da mídia mainstream e portanto registrei semanas atrás, e sei que estou certo quanto ao fim da liberdade na internet com a GPDR na União Europeia, sobre o qual ainda não escrevi.

Nada disto no entanto se deu e nem se dará por achismo, mas por análise de dados baseado em fatos.

Em todas minhas análises de conjuntura tomo o cuidado de apresentar antes as fontes e deixo claro que os cenários propostos para o futuro tratam-se apenas de TENDÊNCIAS.

Quem faz previsões sem basear-se em dados é PROFETA e este não é meu caso


Se a decisão do estado de combater a greve dos caminhoneiros usando o Exército custar uma única vida de um único caminhoneiro, a credibilidade da instituição das Forças Armadas começará a cair no descrédito pela população.

É um momento tenso para o Exército que deve tomar a decisão correta.

É também o momento que poderemos saber se o departamento de inteligência do Estado-Maior do Exército sabe ou não o que faz.

Se aproxima o momento do Exército mostrar para o povo de que lado está

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