Do ponto de vista do jornalista, "agência de fact-checking" é só uma tentativa de manter relevante a profissão depois da Internet 2.0 e das redes sociais. Há 20 anos qualquer um de nós aqui dependeria de jornais diários pra formar uma opinião sobre a realidade, e estaríamos à mercê das paixões disfarçadas de isenção de cada editor e jornalista, mas na era em que qualquer um com um celular e uma câmera pode fornecer um instantâneo de um fato e o repassar diretamente ao público, sem atravessadores, o jornalismo torna-se supérfluo.
Trata-se, portanto, não de retomar o monopólio da verdade, e sim de retomar o monopólio sobre as versões autorizadas da verdade, que são aquelas emitidas pelos dotados de diploma de Dizer a Verdade, a.k.a. "jornalistas". E, claro, de criar um jeito novo de pagar as contas na esteira da quebradeira de redações: só nos últimos 12 meses foram criadas 98 novas agências de fact checking pelo mundo, quase a mesma quantidade de todas que haviam sido abertas desde que Brooks Jackson criou a FactCheck.org em 2003.
Em alguns meses essas agências todas irão provavelmente fagocitar a própria credibilidade: quando algumas classificarem a mesma declaração como "falsa", outras como "verdadeira", e outras como "depende", o público rapidamente perceberá que o negócio dessas agências não é verificar os fatos, e sim vender versões e autorizar interpretações que melhor convenham a tais ou quais grupos.
Ou seja, a mesma coisa que os jornais sempre fizeram.
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