Filipe Martins - A volta de quem não saiu e estratégias sobre:

01. Se há alguma certeza em meio à confusão de ontem, é a de que neste momento todos somos personagens da próxima peça de propaganda da campanha petista.

02. Quer o Lula seja candidato até o final ou não, a estratégia é segurar a campanha até setembro, com a finalidade de garantir presença no segundo turno.

03. Essa estratégia não é novidade na política e é a que melhor atende ao interesse do PT de manter sua hegemonia dentro da esquerda nacional e de conseguir elementos para fortalecer sua narrativa eleitoral e histórica sobre o momento atual.

04. O Haddad não teria força suficiente para chegar sozinho ao segundo turno, mas se ele assumir em setembro, após uma campanha liderada até ali pela figura do Lula, as chances dele serão enormes.

05. Essa manobra é bem conhecida no Distrito Federal, onde inúmeros candidatos ao governo conduzem suas candidaturas até a véspera das eleições, quando são cassados pelo TRE e promovem os vices de suas chapas, que entram na disputa com uma força que jamais teriam sozinhos.

06. O índice de sucesso dessa jogada não é nada desprezível.

07. Adicionalmente, nos próximos dias, uma série de viagens internacionais do Temer e de outras autoridades poderá colocar o Toffoli temporariamente na presidência do STF; e, em setembro, ele assumirá oficialmente como presidente daquela corte. Os dois períodos demandam atenção redobrada.

08. Por isso tudo, a situação é realmente preocupante e qualquer passividade pode se voltar contra nós e cobrar um preço muito alto no futuro.

09. É hora de trazer isso tudo para o centro das atenções, deixar de lado a ideia enganosa de que o Lula não fará parte desta eleição (mesmo que temporariamente ou apenas como ideia) e pautar o debate, alertando e esclarecendo a parcela da população que não está prestando atenção nesses desdobramentos e que, por isso, pode acabar sendo instrumentalizada por esse estratagema petista.

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