Simultaneamente ao roubo de tecnologia estrangeiro, a administração do presidente Barack Obama enfraqueceu os esforços de contraespionagem dos EUA, restringindo estes serviços em nível nacional, denunciou uma ex-oficial da contrainteligência durante a audiência na Câmara.
“O ‘chefe nacional de contrainteligência’ foi renomeado para ‘diretor do centro de segurança e contrainteligência’, pois seus deveres se dissiparam com a fixação em vazamentos e ameaças internas, conduzida pelos graves danos causados por Snowden, Manning e outros”, disse Van Cleave, referindo-se a Edward Snowden, um contratado da NSA, e também ao Sargento do Exército Bradley Manning, que vazou inteligência secreta na época.
“Leia nas entrelinhas das diretrizes de contrainteligência existentes e você só encontrará, como esforços de nível nacional, deveres de zelador, como fazer inventário e redigir relatórios". Vários especialistas em segurança e inteligência testemunharam durante a audiência que a China é a ameaça mais significativa de roubo de tecnologia dos cerca de 510 bilhões de dólares gastos anualmente em pesquisa e desenvolvimento nos Estados Unidos.
“A China tem um programa secreto multifacetado e dirigido pelo governo, cuja principal tarefa é a coleta de tecnologia, bem como uma estratégia altamente refinada para desenvolver e explorar o acesso a informações vantajosas através da infraestrutura global de telecomunicações”, disse Van Cleave.
Juntamente com agentes de inteligência russos, espiões de tecnologia chineses desenvolveram listas específicas de tecnologia para roubo. Pequim usa agentes clandestinos, empresas de fachada e empreendimentos conjuntos de pesquisa em seu programa secreto. “Na verdade, os Estados Unidos são um paraíso para espiões”, disse Van Cleave. “Nossa sociedade livre e aberta é feita sob medida para operações clandestinas”.
Michael Wessel, presidente da Comissão de Análise de Segurança Econômica dos EUA no Congresso, declarou que os chineses estão focados em roubar tecnologia americana avançada, relacionada à inteligência artificial, robótica e outras tecnologias de ponta.
Pequim tem programas nacionais para obter tecnologia avançada com aplicações militares e comerciais. Eles incluem aquisição de know-how relacionado a veículos movidos a novos tipos de energia, tecnologia da informação avançada, biotecnologia, novos materiais, tecnologia aeroespacial, engenharia oceânica, sistemas ferroviários, robótica, equipamentos de energia e maquinário agrícola.
A China também está se infiltrando em universidades americanas, financiando centros culturais e de idiomas chamados Institutos Confúcio, que estão sendo usados como disfarce para roubo de tecnologia. Cerca de 100 dos institutos estão operando nos campi americanos e usam seu financiamento como parte dos esforços de “poder suave” [2] nos Estados Unidos.
A China também está usando alguns dos 350 mil estudantes chineses nos Estados Unidos para trabalho de inteligência. Os espiões chineses recrutam estudantes com apelos como “você pode ajudar a China?”, disse Wessel.
“Embora devamos continuar a trabalhar para contribuir com os esforços mundiais em resolver os problemas mais complexos que a humanidade enfrenta, devemos tomar medidas maiores para proteger os frutos do nosso trabalho”, disse Wessel. “Os esforços para infiltrar nossas universidades e laboratórios, e furtar seu trabalho devem receber uma atenção maior”.
“A contrainteligência norte-americana finalmente começou a trabalhar casos individuais, mas não está posicionada globalmente para detectar, impedir ou interromper as atividades de inteligência da China ou de qualquer outra potência estrangeira, ou para executar operações estratégicas de contrainteligência", disse ela. “Conhecemos surpreendentemente pouco sobre os serviços de inteligência do adversário em relação ao dano que podem causar”.
“Podemos perseguir espiões individuais ou ladrões de tecnologia caso a caso, ou podemos nos dirigir aos serviços que os enviam para cá”, disse Van Cleave. “Em suma, podemos ser ofensivos, mas a liderança nacional deve estar disposta a dirigir e capacitar o empreendimento de contrainteligência dos EUA para realizar essa missão vital.”
O presidente do subcomitê de supervisão Ralph Abraham disse na audiência que a China é a nação mais agressiva em termos de roubo de tecnologia dos Estados Unidos, mas o problema também envolveu outras nações estrangeiras e estas atividades devem ser barradas. “Essencialmente, a China rouba nossa pesquisa fundamental e rapidamente capitaliza comercializando a tecnologia”, disse ele.
A presidente da subcomissão de pesquisa e tecnologia, Barbara Comstock disse que o roubo da tecnologia americana é um problema sério.
“É imperativo que nossas instituições acadêmicas não fechem os olhos para a real ameaça representada por espiões da inteligência estrangeira”, disse ela. “Elas não podem estar cegadas pela ingenuidade ou pela ignorância quando forem distinguir entre aliado e inimigo”.
Resumindo, a contrainteligência americana está enfraquecida, quase totalmente voltada para atividades internas e o governo Obama afrouxou a segurança contra atividades estrangeiras, deixando vulnerabilidades que foram aproveitadas por espiões chineses de prontidão. Os amplos esforços chineses para roubar tecnologia alheia explica muito o porquê de seus “lançamentos” não serem nada inovadores, sempre ao contrário do que sempre insiste a sua propaganda.
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Enquanto isto, o Brasil está longe de ser uma potência em inovação tecnológica. Até temos um povo criativo, mas a burocracia para aprovar patentes, o nosso confuso sistema de bolsas e o currículo educacional engessado não nos deixa crescer neste sentido.
Para se aprovar uma patente no Brasil se gasta em média de 4 a 5 anos. Os assuntos e autores trabalhados nas universidades são controlados por rígidos interesses políticos e estrangeiros. E ao invés de dar bolsas a gênios e a alunos destacados, damos bolsas a alunos pela opção sexual, cor da pele ou pela condição social. Esquecemos que faculdade é lugar de se fazer ciência e não de fazer politicagem. Enquanto estivermos nesta situação, nem vamos desenvolver nossa economia e nem vamos perceber que a China, na verdade, ao invés de uma potência tecnológica, é uma produtora em larga escala de ladrões.
Os links dos documentos e da notícia original [3] você encontra aqui, abaixo, no Blog Generalidades, do Jacaúna Medeiros.
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NOTAS
1. A audiência no Congresso americano pode ser visto na íntegra (em inglês) no link a seguir:
https://science.house.gov/legislation/hearings/subcommittee-oversight-and-subcommittee-research-and-technology-hearing
2. Para mais informações sobre poder suave, vide o livro do Franthiesco Ballerini chamado “Poder suave (Soft Power)”.
3. A notícia original foi publicada por Bill Gertz no The Washington Free Beacon. Segue o link (em inglês):
https://freebeacon.com/national-security/chinese-spies-engaged-massive-theft-u-s-technology/
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