Damião Medeiros - A falência TOTAL do RN pode ter começado aqui:

Estamos (a fotografia) na sede do assentamento rural do INCRA, na localidade Zabelê, Touros-RN, mais um desastre da reforma (forma à ré) agrária (agrárida) no Nordeste, local que, cientificamente, chamamos de campo de concentração moderno, já que o assentado (com mais de 15 anos nesse assentamento) não consegue ficar de pé, viver dignamente da terra, apesar de ter recebido gratuitamente mais de 15 hectares de terras, casas, falsas e improdutivas assistências técnica e financeira; de fato não é uma favela já que as casas são boas, têm energia elétrica, chega água encanada (obra da prefeitura - Touros-RN) e projetos estranhos, dos desgoverno BR que não funcionam nas atuais condições climática.

Para se ter uma visão real do desastre que é a reforma agrária BR, esta área é conhecida como "mato grande", tal era a densidade da massa orgânica - vegetação - em porte e variedade de plantas, a 2ª maior massa vegetal no RN, depois da zona da mata, e como se sabe, massa orgânica vegetal de um lugar observado retrata fielmente a disponibilidade natural de água doce das chuvas. 

O Mato Grande, que poderia perfeitamente ser incluído como mata atlântica, recebia (até final do Século XIX) mais de 1.000 litros de água das chuvas por m², ao ano. Um terreno de cor roxa, por vezes avermelhada, e também arenoso branco, sem pedras, ou lajedos, ligeiramente plano em grandes extensões, capaz de gerar e manter massa orgânica vegetal de 0,7m³/m², e consequentemente uma fauna com antas, veados, tatus, onças, lagartos, aves (entre as quais a zabelê, que dá o nome ao lugar), seriemas; uma grande diversidade de pássaros. 

Sua proximidade do mar (Touros) permitia escoamento da produção; sua proximidade com João Câmara permite comercialização de legumes, cereais, carne, queijo, etc. A região do Mato Grande que abrange Caiçara do Norte, Jandaíra, São Bento, Parazinho, Touros, tem cerca de 8.000km², e entre o mato grande e o Mar estão os principais brejos de baixadas servidos pela água permanente de dezenas de lagoas (olhos d`água), entre as quais a Lagoa de Boa Cica, Fontes de Pureza - RN, costeiras por estarem próximo ao mar, que abastecem cidades, povoados e assentamentos da área. 

Nessa área, junto ao brejos de baixadas, os poços tubulares fornecem água com baixa salinidade, mas na área do mato grande, como é o caso de Zabelê, os poços têm água salgada, imprópria para o abastecimento urbano ou para se fazer irrigação de lavoura. 

Em 1959, um grupo empresarial de São Paulo e Pernambuco (Portela, Jaboatão dos Guararapes) adquiriu várias propriedades de zabelê, formando uma grande área de cerca de 318km² para formar o mais extenso plantio de agave, sisal, do Brasil; 

O agave, planta originária dos desertos do México, é altamente provida de fibra têxtil, usada na época para a confecção de cordas e artesanatos, e a outra parte celulósica da folha e da haste (pendão) era usada para fabricação de papel. De 1959 a 1961 foram desmatados, em Zabelê, mais 200km², e toda massa orgânica vegetal dessa área foi transformada em cinzas, fumaça, fuligem, carvão; consequentemente a FAUNA desapareceu. Em 1963 surgiram a fibra sintética náilon, o pvc e outras, derivadas de petróleo, e por serem mais leves, mais resistentes à tensão, imunes á umidade, substituíram a fibra do agave na confecção de cordas. Mas o pior dessa história é que os empresários investidores tinham indústrias de papel de celulose, e no afã de produzir o agave, eliminaram, com fogo, a massa orgânica vegetal nativa; com a falência da cultura do agave, a massa falida ficou por conta do débito com o governo, e toda estrutura - maquinário, prédios, foram ruindo, destruídos pelo tempo, quando o governo repassou para outro grupo empresarial, financiando um novo empreendimento agrícola, que também faliu; até que finalmente transferiu a propriedade para a "forma à ré agrárida" para mais de 300 famílias assentadas. 

Como se sabe, cientificamente, a eliminação incondicional da massa vegetal, de uma área tão grande (mais de 300Km²) é a decretação da mudança, para pior, do clima. De fato, Zabelê foi transformada em semiárido, e apesar do terreno plano, ainda provido de nutrientes minerais no solo argiloso e arenosos, o assentado não consegue produzir nem seu alimento. São vários assentamentos e agrovilas: Quilombo dos Palmares, a sede da antiga indústria, Santo Antônio, Cajá, Aracati, Arizona. 

Cientificamente Ainda tem jeito, mas está fora do alcance do governo e comunidade acadêmica de MERDA.
Agave no fim da vida, com mais de 20 anos.
Divisão: Magnolióphyta; Classe: Lilipsida; Ordem: asparagales; gênero: Agave; Família: Agavaceae; Espécie: Agave Sisalana.
O agave é planta de deserto ou semiárido com oferta de chuvas de 200 a 400L/m² ao ano, mas no caso do plantio de agave em Zabelê, Touros-RN, em 1959, foi uma agressão descomunal, desastrosa, já que a oferta de chuvas na área era mais que o dobro. O solo é muito rico em nutrientes minerais, área plana que poderia ser UTILIZADA para a produção de alimentos, mas o desmatamento de vegetação com 0,8m³ por m² de massa vegetal, nativa, deu lugar a uma planta invasiva a todos os elementos climáticos, estranha, desperdício de área útil, no Estado do Nordeste (o RN) que tem a maior porção (porcentagem) de semiárido, e que portanto produz menos de 20% da massa de alimentos que consome. 

A seiva que circula no corpo do agave é um ácido muito potente, capaz de corroer até o ferro, e no verão, com solo seco, libera essa substância corrosiva no solo (na coleta de nutrientes minerais), inibindo o desenvolvimento de outras plantas na sua área. No caso de Zabelê, o agave só deu prejuízo nos seus 5 anos de glória, corroendo o investimento privado que finalmente foi absorvido pelo Governo, dinheiro público no lixo.

Na ponta da folha do agave há um espinho com 2cm de comprimento, capaz de perfurar até o osso dos animais. Muitos trabalhadores do sisal ficaram aleijados ao ter um ou outro nervo da perna perfurado, veias vazadas; muitos animais ficaram secos ao pastarem entre as fileiras de agave, uma verdadeira desgraça que não deveria ter acontecido. O plantio de agave em Zabelê-RN é o melhor exemplo de que tudo o que o Homem chama de desenvolvimento sustentável é fator de desintegração da vida - é envolvimento insustentável.

Não tem como se esconder TANTO lixo intelectual, cultural para baixo do pano, por tanto tempo, mesmo porque ainda há tempo de se reverter a catástrofe ambiental, social, política do RN. Além disso, outros povos que nos acompanham em DSORIEDEM.BLOGSPOT.COM e DESEMEBRASIL.BLOGSPOT.COM querem SABER como um País tão grande, rico se transformou na DESGRAÇA que é o BR hoje.

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