Filipe Martins - O Establishment midiático está ruindo:

Há alguns anos, a grande mídia era capaz de consagrar ou destruir movimentos políticos praticamente sozinha. Eram os jornalistas e seus chefes que escolhiam os políticos e intelectuais que seriam retratados como malucos extremistas e os malucos extremistas que seriam retratados como políticos e intelectuais razoáveis.

Não há quem ignore que o establishment midiático desempenhou por muitos anos um papel essencialmente sacerdotal: era ele quem definia o que era certo e o que era errado; o que deveríamos amar e o que deveríamos rejeitar; era ele também que construía e destruía fidelidades em todos os níveis e esferas da sociedade — era o establishment midiático, em suma, que dava o conteúdo e o tom do ethos e da moral dominante no país.

Hoje, esse poder ainda existe, mas está um tanto deteriorado. Os brasileiros estão aprendendo que não devem confiar na grande mídia e que, mesmo com todo o esperneio a respeito das tais fake news, é melhor buscar fontes independentes e averiguar as informações por conta própria do que depositar qualquer tipo de confiança numa Folha de São Paulo, num New York Times ou num Jornal Nacional.

Isso abre um universo de possibilidades, que vão da afirmação dos valores tradicionais à resistência contra a engenharia social, passando pela nada desprezível oportunidade de termos o primeiro presidente verdadeiramente eleito pelo povo brasileiro; um presidente que, para recorrer à expressão fundacional do movimento conservador americano, seja uma escolha e não um eco.

Esta eleição é, dentre outras coisas, um grande dedo do meio do povo brasileiro para os donos do poder e para seus serviçais na classe jornalística, na classe artística e na academia; um grito de libertação dos homens e das mulheres comuns contra as celebridades ocas que tentam tutelá-los.

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