Filipe Martins - Números sobre eleições:

01. Do total de 147 milhões de eleitores que estavam aptos a votar, 117 milhões (ou 79% do total) foram às urnas. Dos que foram às urnas, 10 milhões votaram em branco ou nulo. Foram, portanto, 107 milhões de votos válidos, dos quais 49.276.990 foram para Bolsonaro.

02. Bolsonaro teve, portanto, 34% dos votos totais e 46% dos votos válidos. Haddad obteve 31.342.005 votos e ficou com 21% dos votos totais e 29% dos votos válidos.

03. Para vencer, com o índice de abstenção total (incluindo brancos e nulos) apresentado do 1° turno, Bolsonaro precisaria de mais 4 milhões de votos e Haddad de mais 22 milhões de votos.

04. Isso significa que Bolsonaro precisa de 15% dos votos somados de todos os outros candidatos e que Haddad precisa de 85% (!!!) dos votos somados de todos os outros candidatos, incluindo Amoêdo, Daciolo, Meirelles, Alvaro Dias, Eymael e Alckmin.

05. Há de se considerar, porém, que no 2° turno a abstenção total é sempre maior do que no 1° turno, uma vez que a ausência de candidatos locais que levam (em alguns casos, literalmente) os eleitores às urnas diminui o índice de participação.

06. Isso é importante porque bastaria que a abstenção crescesse 7% no 2° turno para que Bolsonaro se deparasse com um cenário no qual poderia vencer mesmo que não conquistasse um único novo voto sequer.

07. Isso tudo mostra que, para vencer, Haddad precisaria não apenas ter a transferência total dos votos dos candidatos de esquerda (o que é impossível, já que a maior parte do voto não é ideológico) com avançar sobre o eleitorado de Bolsonaro, que é muito fiel e resiliente.

08. Mostra também que Bolsonaro está numa posição confortável. A votação dele em SP é ilustrativa: ele teve mais de 12 mi de votos de um total de 33 mi. A tendência histórica é de que o candidato anti-petista cresça 50% no 2°turno em SP, o que daria a ele 6 mi de votos adicionais.

09. Em suma, apenas com o crescimento natural que se pode esperar em São Paulo (e em todos os estados em que ele foi o mais votado) Bolsonaro já conseguiria muito mais do que os 4 milhões de votos adicionais que ele precisa para vencer.

10. Por isso, digo que em condições normais (ausência de fraude e de irregularidades) é virtualmente impossível que Bolsonaro perca no 2°turno e muito provável que ele vença por uma vantagem ampla. Não ficaria surpreso se essa vantagem aparecesse já nas primeiras pesquisas — ainda que não possamos esperar nada desses institutos.

11. Evitem o discurso derrotista, não alimentem o desânimo e não se esqueçam que é possível denunciar e combater fraudes ao mesmo tempo que focamos na disputa eleitoral.

12. Teremos uma oportunidade única de expor toda a podridão da esquerda na televisão, no rádio e na internet; teremos a oportunidade de apresentar em horário nobre informações e argumentos que muitos brasileiros ainda desconhecem. A esquerda ainda vai se arrepender amargamente por não ter perdido já no 1° turno.

P.S: Acompanhem também o que tenho publicado no Twitter: @filgmartin

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