Para o SLM na Política - Cedo?

Jacaúna Medeiros
Se eu não estivesse quatro vezes por semana em vários bairros, desde o Centro aos extremos da cidade e não notasse além das redes sociais, talvez eu cresse na extemporaneidade das discussões. Meu interlocutor, dias atrás, ao dizer isso com relação à proporcional em 2020, estava falando da legitimidade de discutir candidatura majoritária no mesmo dia...

Pois é, para ele os pretendentes ao Paço Municipal devem articular-se, mas os que desejam cadeira na Casa Jair Pereira podem deixar para depois. É verdade que não se iniciou o governo conservador de Bolsonaro (e ser for bem-sucedido vai "estilingar" candidaturas nos municípios) e o governador socialista de Pernambuco reelegeu-se, no entanto a cidade vive seu cotidiano semi-alheia aos dois aspectos anteriores. 

A recente eleição de Cícero Pinheiro à presidência da Câmara descobriu três desejosos da mesma posição, e não tendo conseguido, já cogitam novas composições dentro da Casa. Nas ruas há certo sentimento popular em não estar em dois lados tradicionais (não é de hoje, porém foi potencializado com a chegada de Bolsonaro ao poder), mas esperando a "terceira via" que se apresente sem ligações com os de sempre, ou os que não possuam cordões umbilicais.

A gestão ajeita aqui, acolá, faz como alguém que deita com um cobertor curto e já apontei os porquês disso, não farei o "Vale a pena (porque nem vale mesmo) ler de novo", por esse motivo. Quero apenas mostrar que isso também os acelera para decidir quem vai, se o pai, quando livre da inelegibilidade, se o próprio Bruno com um vice que não se vê hoje, se um terceiro menos expressivo. Se vão deixar as "grandes obras para o ano que vem", se vão "sangrar" para o deleite da força adversária, em pouco mais de dois meses saberemos.

Dois últimos detalhes - retomo sobre os "sequestradores" locais da pauta, pessoa de Jair Bolsonaro e o PSL. Ambos não são siameses; ter um não quer dizer MESMO estar com o outro (aproveite que estou ajudando os "bobinhos"), pois o partido acima deu uma guinada para o conservadorismo mais que o liberalismo (embora permaneça alguma coisa liberal na sigla) a fim de acomodar o capitão da reserva eleito. Um comparativo acertado: o PSL foi uma casa em ruínas e Bolsonaro foi a reforma, ampliação, mobília e comida farta na residência. A maior parte (para ser generoso) dos deputados do partido foram eleitos graças ao Jair.

No município, quem antecipadamente estava na vanguarda há mais de dois anos no apoio a Bolsonaro foi o Direita Pernambuco local e no estado, há mais de quatro anos, o DPE. São os pioneiros e se alguém questiona qualquer legitimidade só poderá fazer aos que chegaram querendo a janela em um coletivo o qual não pagaram a passagem. Honestamente, assim que alguém gritar: Eu sou do Bolso! O Bolso quererá saber se é verdade e vai perguntar ao pessoal acima. 

Os Direitas roeram o osso da ausência de outros apoiadores e, quando bem perto do primeiro turno, certos são-lourencenses começaram a dizer: "Sou o Mito desde pequenininho", soou tão falsificado quanto um lobo balir como ovelha. Não que exista exclusividade sobre a intenção de voto, mas quem esteve desde sempre sabe sobre os últimos chegados. Quem chegou e quer infiltrar-se no barco como passageiro, sendo ilegal, vai ser notado e jogado ao mar, quer pelo capitão, quer pela tripulação. 

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