Olavo de Carvalho |
A total degradação e estupidificação da vida social é assinalada, então, pela absoluta politização de todas as questões, conflitos e divergências. Isso exclui dos seus altos postos naturais a ciência, a filosofia, a moral, a religião e até o senso comum. Só resta, como critério supremo de julgamento a pergunta mais imediatista e mais vil dos políticos e politiqueiros: Ele está “a nosso favor” ou “contra nós”? Isto é exatamente o que se passa no Brasil de hoje: moldada por vigaristas e analfabetos funcionais ávidos de poder e de dinheiro, a opinião pública só entende todas as afirmações, especialmente as minhas, como “tomadas de posição” a favor deste ou daquele grupo. Mesmo as análises que faço de acontecimentos de mais de meio século atrás são reduzidas a fusquinhas e caras feias contra este ou aquele alto funcionário, como se eu estivesse disputando seu cargo.
O que digo das Forças Armadas e da sua atuação no regime militar é uma TESE HISTÓRICA ABSOLUTAMENTE IRREFUTÁVEL. Não podendo contestá-la, generais incultos e presunçosos tentam reduzi-la a uma conspiração jornalística contra as suas augustas pessoas. Afirmo categoricamente: nenhum egresso de academia militar tem hoje a mais mínima condição de impugnar a minha análise ou sequer de apreender o alcance histórico do que estou dizendo. Esperneando histericamente contra a verdade histórica, só mostram o quanto é exíguo o seu horizonte de consciência e invencível a sua submissão aos critérios politiqueiros de julgamento.
Não temam, burocratas, fardados ou civis. Não ambiciono os seus postos nem o seu tipo de prestígio. Sou um escritor, filho das minhas obras e não de cargos recebidos. Jamais me rebaixei nem me rebaixarei a disputar aquilo que para vocês é o supremo valor da existência.
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