1 de maio nas antigas URSS e Alemanha nazista:

Wehrmacht na parada militar soviética de 1 de maio de 1941


Desde 1918, o dia 1 de maio tornou-se um feriado estatal na União Soviética. Na Alemanha nazista, 1 de maio é elevado a feriado oficial exatamente em 1933, após a chegada dos nazistas ao poder.


1º de maio na Alemanha nazi, cidade de Berlim, 1934

1º de maio na URSS, cidade de Leningrado, 1952

Cartaz de 1 de maio nazi na Argentina (1938)
Ambos os regimes usavam o dia para declarar o seu respeito absoluto pela classe “operária e camponesa”, sem esquecer de mostrar ao mundo o seu poderio militar, muitas vezes na presença dos representantes das forças armadas homólogas, RKKA e Wehrmacht.






A parada do dia 1 de maio de 1941 não era muito diferente. Em Moscovo, na praça Vermelha, a liderança da URSS estava presente, em peso, no topo do mausoléu do Lênin. A II Guerra Mundial decorre por quase dois anos, a Alemanha nazista invadiu a metade da Europa e o próprio marechal e comissário popular (ministro) da Defesa da União Soviética, Semyon Timoshenko, cumprimenta calorosamente os representantes do novo aliado da URSS, os oficiais do Wehrmacht: general Ernst-August Köstring; coronel (mais tarde general, POW dos americanos, em 1945, morreu em 1953) Hans Krebs (que se suicidou 4 anos mais tarde, exatamente no dia 1 de maio de 1945 em Berlim) e outros militares germânicos ao serviço do nazismo alemão. A II Guerra Mundial já decorria por 608 dias...
Aliança essa que foi forjada desde a divisão e ocupação conjunta da Polônia em 1939, selada pela famosa parada nazi-soviética na cidade de Brest-Litovsk, que decorreu em 22 de setembro de 1939. 

A parada tinha decorrido na presença do general alemão Heinz Guderian e do combrig (o comandante da brigada) do RKKA, o futuro major-general Semyon Krivoshein.

O general Heinz Guderian do Wehrmacht e combrig Semyon Krivoshein do RKKA
Do ucrania-mozambique.blogspot.com

"O que o fascinou não foi a vida de Lênin, mas as “possibilidades” oferecidas pelo totalitarismo.

"O Reichswehr colaborou inclusive com o Exército Vermelho de Stálin. Em áreas de treinamento soviéticas, tanques alemães e russos praticavam operações de guerra móvel em segredo. O objetivo dessas atividades no exterior não era estabelecer forças de combate fora do território alemão, mas alcançar a liderança tecnológica na indústria armamentista. De acordo com documentos ministeriais secretos, os novos avanços incluíam até preparações para uma “guerra moderna com gás”. Como ficou provado mais tarde, Hitler foi o maior beneficiado com esses “jogos de guerra”. Não foi uma coincidência a ordem de batalha da Wehrmacht para a invasão da Polônia ter correspondido exatamente aos planos que Keitel havia ajudado a desenvolver durante a República de Weimar.

Em 1931, o próprio Wilhelm Keitel foi à Rússia para conhecer as atividades realizadas em conjunto com o Exército Vermelho. Um dos que o acompanhou foi Walther von Brauchitsch, que dez anos mais tarde viria a se tornar o comandante-em-chefe do Exército de Hitler na invasão à União Soviética. Embora a viagem tenha sido feita no auge do verão, foram recebidos com total frieza. Os comandantes soviéticos não permitiam convivência ou camaradagem entre seus soldados e os do inimigo. Um soldado alemão observou que “qualquer contato pessoal com o outro lado era absolutamente proibido”. Os convidados eram levados em excursões para ver as “capacidade” do comunismo. A delegação do ministro da Defesa do Reich também visitou uma série de fazendas coletivas e fábricas populares.

Doze anos antes, Keitel considerava a bandeira vermelha presa no carro de sua tropa a responsável pela destruição da Alemanha. Agora, admirava os feitos bolcheviques. Como filho de fazendeiro, ficou particularmente impressionado com a industrialização da agricultura soviética. Entusiasmado, escreveu ao pai sobre o que tinha visto: “Apenas um homem que trabalha tem o direito de viver”, disse Keitel. “O Exército Vermelho é o coração do Estado, e o trampolim para os departamentos mais altos do governo.” Teria o inimigo do comunismo e integrante dos Freikorps se tornado um admirador do império Soviético? Não, Keitel com certeza não havia se convertido ao socialismo do dia para a noite. O que o fascinou não foi a vida de Lênin, mas as “possibilidades” oferecidas pelo totalitarismo."

Os Guerreiros de Hitler - Guido Knopp

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