![]() |
Lucília Coutinho |
Walt Whitman
Um povo tranquilo poderia fazer o que os gregos fizeram? Para mim, só um povo apaixonado é capaz de tanta grandeza.
Quando Ulisses vai ao inferno e encontra Aquiles, este lhe fala da triste existência insossa. O que é este mundo moderno senão a existência insossa da qual o herói aqueu reclamava, administrada pelos relativismos e pelo medo de expressar o pathos que todos temos escondido na alma?
O pathos, dor, paixão, melancolia, doença, a tragédia do herói derrotado, é o que não assumimos dentro da nossa esvanecente identidade nacional. Aceitamos símbolos externos, criados em laboratórios sociais getulistas, como desfiles de carnaval e samba, para descrever como verdade a mentira do que não somos. Somos muito mais do que nos contam, mas sem vivenciarmos o pathos, a dor e a tragédia da perda na própria alma, não poderemos jamais compreender a jornada do verdadeiro herói, mais que herói, Deus, que ressuscitou.
Diferente dos helenos que nunca mais se recuperaram após a guerra do Peloponeso, o Brasil, cristão, precisa mirar-se na história fundante da civilização que nos deu vida e sair do túmulo, voltar à vida, mesmo que sejam fortes as correntes que nos prendem.
(Imagem: Gaulês moribundo, Grécia, Período Helenístico)
0 Comentários