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"É um saldo preliminar e pode ser mais grave", afirmou o porta-voz do serviço de socorros, Osama Ali. Segundo ele, no momento do ataque havia 120 migrantes no local.
Imagens de agências de notícias mostram corpos espalhados no chão e destroços do hangar que era utilizado como centro de confinamento para migrantes. Equipes de socorro reviram os escombros à procura de sobreviventes enquanto forças de segurança coordenam o acesso de dezenas de ambulâncias ao local.
Ofensiva
Nos últimos dias, veículos de imprensa favoráveis ao marechal Khalifa Haftar informavam a iminência de "uma série de ataques aéreos" na região de Trípoli e Tajura. Haftar, que controla parte da Líbia com forças rebeldes, realiza uma ofensiva para controlar a capital, sede do Governo de Unidade Nacional (GNA, sigla em inglês), reconhecido pela comunidade internacional.
O GNA denunciou o ataque como "um crime odioso" de autoria do "criminoso de guerra Khalifa Haftar". Segundo o GNA, trata-se de um ataque "premeditado" e "preciso" das forças do marechal Haftar contra o centro de migrantes.
Em Tajura estão localizadas várias instalações militares controladas pelo GNA, alvo de ataques regulares das forças de Haftar. O ataque teria sido uma vingança do marechal, que recentemente perdeu o controle da cidade de Gharyan, a cerca de 100 km de Trípoli.
Caos
O Alto Comissário da ONU para os Refugiados manifestou "extrema preocupação" com o ataque. As agências da ONU e entidades humanitárias têm expressado reiteradamente sua oposição a que migrantes resgatados no mar sejam devolvidos à Líbia, em razão do caos institucional no país. Ao serem reenviados ao território líbio, eles são colocados em "detenção arbitrária" e regularmente ficam à mercê das milícias armadas.
Apesar da constante instabilidade e do caos institucional, a Líbia continua sendo um país de trânsito de migrantes que fogem de conflitos armados ou da instabilidade em outras regiões da África e do Oriente Médio. A missão de apoio da ONU no país (Manul) tem manifestado sua preocupação com as cerca de 3.500 pessoas "em risco nos centros de detenção situados nas zonas de conflito".
Com informações da Agência Brasil
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