Estávamos ontem, na lateral da Câmara, em uma roda de "sabidos" falando sobre eleição e entre os que falavam, especulavam, gritavam para darem ar de seimaisquetodoseuvoufalarefalarefalar, o resultado foi mais confusão mental nos ouvintes, alguns pré-candidatos. Recordando-me disso, trago a parte 2.
Se você não leu a primeira parte, acesse aqui (https://generalidadesgeneralidades.blogspot.com/2019/07/para-o-slm-na-politica-partidos-sem.html?m=1) e depois retorne a esse post. Novamente, não há coligação (coligação é a união de dois ou mais partidos com vistas à apresentação conjunta de candidatos a determinada eleição. Quando é celebrada uma coligação, esse grupo de partidos passa a se relacionar com a Justiça Eleitoral de uma maneira única. Contudo, com as alterações promovidas pela Emenda Constitucional 97 (minirreforma), nas eleições proporcionais, cada agremiação partidária terá de indicar seus candidatos), então a frente partidária, embora chamada assim dando conotação de estar coligada, será um grupo de partidos em que cada um disputará voto por si, no seu partido, chapa separada.
Supostamente, a situação confortável será do partido com candidato a prefeito (com a majoritária), por causa do empenho somado desse e dos que pretendem as cadeiras na Casa Jair Pereira no mesmo partido.
Isso funcionará exatamente assim? Alguns pontos a se pensar:
1. Nas eleições de 2016 Gino poderia ter sido eleito, por causa do número de votos que seus coligados a vereador conseguiram (mais que dos candidatos a vereador de Bruno), mas não logrou êxito. Se você ainda não entendeu, candidatos a vereador apoiando Gino pediram votos a Bruno, ou não pediram votos a Gino. Quem foram não se pode precisar, mas os números desnudam o fato;
2. O mesmo pode acontecer em 2020, com relação aos partidos que não terão candidato a prefeito. Alguns candidatos (ou todos) poderão se perguntar o porquê de gastar mais para duas candidaturas (a dele e a do prefeito de um outro partido, não coligado, cuja força do voto não contabilizará a outro partido);
3. O candidato a prefeito que tiver outros partidos não-coligados que pedirão voto a ele terá que dar algum suporte, através de seus entendidos, e / ou PROMETER muito, algo comum em política e aquela parte desagradável no pós-eleição também comum (você sabe).
Por um lado, cada partido terá MUITO trabalho para organizar seus candidatos, garantir apoio a estes, a fim de que não debandem a outras legendas; por outro, o partido mais robusto terá em seus quadros candidatos que vão acirrar a disputa neste. É PARA PREOCUPAR-SE, E PRECAVER-SE, SIM! Não vá na conversa que tudo "vai dar certo", que dancinha resolve, que há tempo e blá, blá, blá.
Os partidos com candidatos mais competitivos garantirão a força da agremiação e terão melhores chances de "darem a luz vereadores". Os demais contarão com a sobra, na melhor das hipóteses.
Cada partido poderá lançar até 150% de candidatos. Como em São Lourenço são 15 cadeiras, o partido poderá ter até 22, 23 (15 cadeiras = 100% + metade delas "7,5") candidatos.
Financiamento: além do fundo eleitoral, candidatos poderão contar com doações de pessoas físicas, limitadas a 10% do rendimento bruto do ano anterior ao das eleições e com a arrecadação por ferramentas de financiamento coletivo – o crowndfunding ou vaquinha virtual, algo que ainda é pouco usual ao eleitor, dadas a rejeição aos políticos, desconfiança nesse método e desinteresse do mais pobres. Caberá ao partido, candidato realizar um bom convencimento pessoal, virtual.
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