Guerra Cultural:

Ricardo da Costa 
De todos os aspectos que abrangem nossa existência nesse mundo, a Cultura é o mais amplo. Fé, língua, vestuário, alimentação, costumes. Formas de relacionamento. Nossa vida se passa em seu âmbito. As expressões de nossos sentimentos – a Arte – é um dos principais veículos que manifesta a Cultura. Construções, imagens, esculturas, pintura, música. Teatro. Cinema. Desde que existimos, criamos.

Em todo o planeta, foram as religiões que impulsionaram a Cultura. Nossa civilização, a Ocidental, foi forjada na tradição greco-romana (clássica) e cristã (medieval). Com a expansão para as américas, as culturas religiosas negras e indígenas enriqueceram aquelas raízes. Fundiram expressões.


Da Igreja Católica, a Cultura passou também a ser patrocinada pelas monarquias europeias. O Antigo Regime se notabilizou por incentivar a Arte. Com a Revolução Francesa, as esquerdas, conscientes da importância da Cultura para solidificar o “novo homem”, destruíram muito da arte religiosa católica e tentaram forjar novas imagens no imaginário do povo.


No século XIX, os estados mantiveram o apoio à Cultura. No XX, a ideia que o Estado deveria manter um apoio financeiro regular à Cultura, uma orientação precisa, ganhou força. Os estados totalitários (URSS e Alemanha nazista) logo criaram seus ministérios da cultura: Министерство культуры СССР – “Ministério da Cultura da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas” (criado em 1936), conhecido como “Comitê do Estado para as Artes”; e Reichsministerium für Wissenschaft, Erziehung und Volksbildung – “Ministério Nacional da Ciência, da Educação e da Educação do Povo”, criado em 1934 pelo Nacional-Socialismo (nazismo) alemão.


O Brasil não ficou atrás. Em 1930, Getúlio Vargas (1882-1954) criou o Ministério dos Negócios da Educação e Saúde Pública, logo renomeado para Ministério da Educação e Saúde (1937) e Ministério da Educação e Cultura (MEC), em 1953. Em suma, fomos educados com a noção de que a Cultura precisa de patrocínio estatal para sobreviver.


Pari passu ao nascimento de nosso ministério, a esquerda se disseminava em nossa Educação. A partir da década de 30, formou gerações de intelectuais orgânicos, voltados para a difusão de ideais culturais revolucionários, contestadores, críticos à tradição, preparadores para a criação de um mundo novo, anti-burguês, anticapitalista, simpático à URSS. Comunistas, dizíamos – de Jorge Amado a Florestan Fernandes, de Rachel de Queiroz a Oscar Niemeyer, de Graciliano Ramos a Dias Gomes. A lista é infindável dos que ajudaram a moldar as consciências brasileiras à esquerda.

A partir da década de 60, o assalto final foi contra a Religião (entenda-se: cristã). De fato, a guerra começou na Revolução Francesa. Prosseguiu com o Comunismo e o Nazismo. No mundo pós-queda do muro de Berlim, intensificou-se com as bandeiras sexuais de vários movimentos (Femen, LGBT, LGBTI, Queer LGBTQ, LGBTA, LGBTQIA, LGBTT, LGBT+, etc.).


A pergunta é: você está preparado para ela? É a última trincheira. Espiritual, quixotesca, assimétrica. Heroica.

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