O establishment e o povo:

Taiguara Fernandes
Pensem como alguém do establishment: você está em Brasília, distante do povo, acostumado a tudo resolver através de conchavos internos aos amigos do poder; você não vê nenhuma realidade além de uma folha de papel ou da "articulação" que se possa fazer. Você não enxerga o povo.

Um Presidente é um problema porque não quer os mesmos conchavos, as mesmas "articulações". O que você, do establishment, pensa? "Vamos derrubá-lo. Já fizemos isso outras vezes. Vou falar com fulano e cicrano, criar algo na mídia, abre um processo ali, artículo aqui... Pronto!"

Mas há aquele pessoal ingrato ali, aquela "massa disforme", o povo. Precisamos criar alguma justificativa para eles. Apenas para manter as aparências. "Vivemos numa democracia, afinal". Que fazer? Como justificar a derrubada do Presidente?

Sempre se pode puxar da cartola o coelho da ditadura militar. Vamos obrigar esse Presidente a tomar atitudes "radicais". Vamos fechar todas as portas a ele. Vamos criar o caos social, como já estamos fazendo no Chile, no Equador, etc. Vamos praticar o vandalismo.

"O Presidente será obrigado a agir. Quando agir, nossos aliados internacionais em organizações de direitos humanos condenarão a violência do governo e pedirão diálogo. Dirão que o governo não pode agir com violência policial. Nossos amigos globalistas o condenarão".

"Então", pensa o membro do establishment, "teremos motivo suficiente para derrubá-lo. E o povo já o verá como ditador, porque toda a mídia e as organizações internacionais dizem assim. E nós já temos aqui esses processos criminais contra ele por difamação. O povo engolirá".

Assim pensa o membro do establishment, com sua imaginação reduzida, dirigida pela cartilha globalista, que acredita controlar todos os fatos. O povo não aceitou essa tentativa em 2013. Por que aceitaria agora? O povo apoiará o Presidente honesto que não gosta de bandidos.

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