"Não parar, não precipitar, não retroceder":

Taiguara Fernandes Souza
Durante muito tempo, o establishment burocrático dominante no país, formado pela conjunção parasitária entre partidos de esquerda, burocracia estatal, empresários amigos do poder e fake news mídia, não permitiram ao povo qualquer tipo de voz ou ação na política. 

Consequentemente, os valores em discussão na política ficaram restritos aos dos donos do poder, representantes dos grupos de que falei acima. Até que, silenciosamente, sem sua atenção (afinal, eles estavam alto demais), surge algo com que eles não contavam: redes sociais. As redes sociais tornaram-se um painel livre de idéias, de discussão, de debate, de divergências e brigas, de organização de eventos, simpósios, de formação de amizades duradouras entre pessoas num país inteiro que pensavam a mesma coisa e não sabiam que havia outras como elas. De repente, o conservador brasileiro percebeu que ele não era um alienígena e que ele podia ter voz. 
 
Isso aconteceu pelo menos há 10 anos e foi quando, lentamente, a posição conservadora começou a crescer no debate público em redes sociais. O ápice, contudo, foi após 2013. Após 2013, cansados da loucura política em que o Brasil se encontrava, é pelas redes sociais que as manifestações se organizavam. Manifestações que levaram à derrubada de uma Presidente. Mas é também pelas redes que as pessoas descobrem que suas idéias possuem respaldo. 

Nas redes sociais, diversos escritores conservadores explicam o que está acontecendo de forma clara num momento em que ninguém sabia muito bem contra o que se revoltava. A importância do filósofo Olavo de Carvalho nesse momento é única e singular, pois falava tudo há 30 anos. Após a derrubada da Presidente Dilma, os donos do poder acreditavam que o povo iria parar. Mas quando você dá liberdade ao povo, as pessoas aprendem que LIBERDADE É BOM. Que ter espaço e voz na política tira o homem da condição de ESCRAVO. E as pessoas começaram a ver isso. ELAS NÃO PARARAM. 

A frase de Olavo de Carvalho tornou-se mote: não parar, não precipitar, não retroceder. O povo continuou a falar pelas redes, se organizar, entraram alguns na política, fizeram campanhas que não gastaram quase nada (por causa das redes) e se elegeram. E conseguimos eleger um Presidente, Jair Bolsonaro, contra tudo e todos. Então o alerta do establishment, finalmente, ligou: quem é esse pessoal que faz tudo isso pelas redes sociais? Era apenas o povo que descobrira sua voz, mas eles não conseguiam acreditar nisso. 

Acostumados a tudo fazer por causa através de conchavos e dinheiro, os donos do poder e a fake news mídia não compreendem que o povo simples possa fazer de outra forma. Então a coisa entra em suas cabeças pelo filtro deles: eles têm uma "milícia digital" financiada por alguém. Logo eles percebem que a única maneira de impedir que o povo continue a fazer algo é criminalizar o único meio de ação política que eles, descuidadamente, deixaram solto, a brecha com que não contavam: as redes sociais. A narrativa de que existem robôs, depois a de que existe financiamento, depois da de que existe "milícia digital", "gabinete do ódio", etc, tudo é uma tentativa de criminalizar a ação política do povo, porque, para eles, o povo não deve fazer política, deve ficar quieto. 

Isso explica, a um só tempo, a CPMI das Fake News, o inquérito do STF e as narrativas de justificação públicas que são fornecidas a esses dois processos de perseguição estatal às liberdade públicas por gente como Felipe Moura Brasil, Rodrigo Constantino , Vera Magalhaes e cia. Tudo, absolutamente tudo que estão fazendo nesse momento, se unifica numa orientação só: eles querem que o povo PARE, que fique QUIETO, que SILENCIE. Para isso, querem cortar o meio: as redes sociais. Como fazer isso? Transformando em crime. Querem excluir a ação política, porque não a suportam. Porque, se o povo não parar em algum momento, todos eles caem juntos: esquerda, burocracia, mídia. Essa gente não gosta que o povo seja livre e consciente. Acreditam que somente eles têm "autoridade" para isso. Fim.

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