A mãe do meme:

Por Lucília Coutinho
A caricatura é a arte de exagerar características e defeitos e sempre existiu, quer nas fofocas, quer no desenho, na escultura ou no teatro. A caricatura é a arte de resumir, é a risada condensada que se oferece.

Honoré Daumier (1808-1879) foi um pintor francês que fez muitas caricaturas e charges para os jornais franceses. Passou por diversos governos da França do XIX, ora na restauração, ora republicano. Não consta que alguma vez tenham pensado em censurá-lo.


O artista fez caricaturas de tudo e de todos, nenhum famoso escapou ao seu olhar, nem Felix Nadar, um fotógrafo dos anos 1860, nem Victor Hugo (1). Tampouco escaparam as cenas da vida pública, como os juízes roncando sob suas togas enquanto outro discursa (2).

Além das caricaturas desenhadas, em que mostrava episódios da vida pública, quer da política, quer do direito, também fazia caricaturas em escultura, todas de deputados franceses, em que vemos semelhança com os nossos políticos atuais e das últimas décadas -- uma delas, a 3ª foto, lembra Ulisses Guimarães 😂) não necessariamente na forma, mas na alma: Leonardo da Vinci dizia que o artista devia captar o estado de alma do retratado, e certamente Daumier o fez.

Os tempos acelerados em que vivemos, a fotografia sempre disponível na palma da mão, apps gratuitos e simples, produziram um filho divertido e popular, o meme, mais popular que sua sofisticada mãe para retratar episódios absurdos.

Ninguém, no mundo livre, quis censurar piadas, charges e caricaturas saídas das mãos de grandes artistas, não deverão censurar agora que sai da alma do povo.

Farmeme!



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