O coletivismo dos séculos XX e XXI nos trouxe as feministas que parecem ter um fatalismo sem encanto, mas não são mulheres fatais porque óbvias demais.
Há outro tipo de obviedade vulgar mais dissimulada que está na falsa fragilidade, na falsa doçura, principalmente quando aparenta independência, mas trabalha em dupla.
Ninguém imagina a Dama das Camélias, ou a Cigana Carmen, ou a bíblica Dalila trabalhando em conjunto com uma cúmplice com a mesma fatalidade.
Mulheres fatais sempre arruínam a vida dos homens com quem se envolvem. Mas algumas podem levar um povo inteiro à ruína, principalmente trabalhando em equipe e dividindo lucros como exige a modernidade.
Eu lamento que todas as histórias de mulheres fatais terminem na ruína do homem cego e apaixonado, mas nos romances, apenas ele é destruído. A vida real pode cobrar um preço muito mais alto, a vida de um povo, de um país inteiro.
Fiquem atentos: enquanto a esquerda histriônica faz seu show distraindo a direita ingênua, há uma dupla de mulheres fatais que levará este governo a duas possibilidades: ou o seu fim prematuro ou o seu acomodamento às instituições falsamente democráticas. Este é o papel das mulheres fatais: iludir, enganar, destruir.
As vítimas seremos nós, os homens diretamente envolvidos sairão ilesos pelo aeroporto.
Aubrey Beardsley (1872–1898). O climax, Salomé beijando a cabeça de João Batista. 1893. Ilustração para o livro Salomé, de Oscar Wilde.
Lucília Coutinho
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