Duas confissões sobre T.S. Eliot:

Recentemente estava lembrando de um projeto que tive com um amigo sobre a “Ideia de uma Sociedade Cristã”. No projeto iríamos fazer um ciclo de conversas sobre a cultura e a sociedade tomando como base o livro de T. S. Eliot. Nesse ciclo de conversas estaria ele como mediador, um amigo dele que é (ou era protestante) e eu com uma cosmovisão católica. A ideia inicial era apresentar os erros da sociedade moderna, e consequentemente a posição da cultura católica e a protestante. O projeto não veio a se concretizar por problemas que não vêm ao caso.

Hoje, conversando com minha mulher lembrei do fato, e durante esse atual período de ócio, resolvi acessar a internet com unicamente o termo “ T.S. Eliot”.

Daí vem a primeira confissão: confesso que do autor americano só conhecia dois livros: Notas para Definição de Cultura e Ideia de uma Sociedade Cristã (esse livro seria a base para o projeto inicial). Sabia da existência dos poemas, mas nunca me atrevi ou interessei, a leitura do americano que tive para mim já era "suficiente". Na pesquisa soube que o famoso espetáculo “Cats” era baseado num conjunto de poemas de T.S Eliot.

Então busquei os poemas “Cats” de T.S Eliot e comecei a ler e construir o imaginário com aquele “enredo”. O problema dos poemas quando são traduzidos muitas vezes perdem a melodia, ou rito temático, mas consegui entender o conjunto da narrativa. Logo depois com ar de “sapiência”, perguntei a minha filha se ela já tinha ouvido falar de “Cats”. De pronto, ela respondeu que já tinha assistido e não gostou. Bem, fui novamente ao google e digitei “Cats filme” o primeiro que apareceu foi dos Trapalhões e depois uma produção hollywoodiana de 2019. Uma produção que certamente deve ter custado milhões, com artistas de “primeira linha”, efeitos especiais, e tudo mais que o show business exige.

Segunda confissão: Assistir à produção de 2019, mesmo com todas as críticas negativas contrárias ao filme (justas). Um sentimento de revolta, enjoou e repulsa tomaram conta de mim nos primeiros minutos do filme. Imaginei depois como o T. S. Eliot se sentiria ao assistir ao filme recém lançado, a angustia, a revolta e certamente o enjoo iram fazer parte de seus sentimentos ao ponto de desequilibrar o mais prudente dos conservadores.

Logo depois percebi que a finalidade não era promover qualquer sentimento ou imaginação criativo-produtiva, mas unicamente repulsa do público, era destruir a obra pelo meio mais comum de transmitir a cultura: a arte áudiovisual. Na modernidade é mais fácil uma pessoa assistir três filmes diferentes sobre a obra “Os Miseráveis” que ler e entender a obra de Vitor Hugo. Hoje tenho algumas divergências quanto a essa última obra (Os Miseráveis), mas isso ficará para depois...

O repúdio ao espetáculo e história que foi lançada por um conservador os seus valores não poderiam ser aceitos pelo show business socialista atuais. Na mentalidade anticristã a repulsa a obra é obrigatória para a negação ao autor, ou seja, repudiando a criatura consigo negar o criador. Assim sempre será a atuação de todos que agem contra o cristianismo, a negação ao criador para poder destruir com maior facilidade a criação.

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