Mudar a capital do Brasil para o Rio? Não, para Bragança Paulista:

Texto irônico, bem-humorado de Flávio Morgenstern.

Concordo plenamente que Brasília não deve ser capital do Brasil - uma cidade construída ad hoc para ser um experimento soviético tropical no meio da caatinga, para afastar os políticos do povo e para ser um poder concentrado e burocrático sem controle popular, até no formato bizarro, ridículo e sarcofágico de seus edifícios.

Agora, qualquer carioca de boa estirpe (passe os risos que a platéia acabou de deixar escapulir) sabe que a cidade do Rio de Janeiro não tem chance nem remota de ser uma boa capital do Brasil. Estaremos apenas aproximando o PT das rotas de fuga. O PSOL dos traficantes de cocaína. A turma do funk, da MPB, da Globo e da Rouanet do dinheiro escorrendo. Fora o aumento do orgulho carioca, o que deveria ser crime lesa-pátria. Logo vão querer juntar a coroação do governo federal com o Carnaval.

A cidade correta para ser a Nova Capital da Monarquia Forista do Reino de Brasil, Portugal e Castela é, claro, Bragança Paulista.

Eu não faço a mais p... idéia do que existe em Bragança Paulista, mas é pra lá que os políticos devem ser enviados (perdoem-me, braganceiros).

Bragança Paulista tem Bragança no nome, o que é belo e moral. Bragança Paulista tem o vô Joaquin Teixeira, que é o arquétipo do brasileiro. Bragança Paulista fica no interior de São Paulo, região mais conservadora e entupida de caminhoneiros - imagine os congressistas e os ministros e os ministros do ███ saindo do trabalho e, ao invés do descampado aberto da W4 em Brasília em seus carros blindados, darem de cara com caminhoneiros ouvindo sertanejo familiar. Bragança Paulista tem o Bragantino. Bragança Paulista tem sua própria lingüiça. Bragança Paulista tem o direito natural - nomen est omen -, cósmico e político de ser a nova capital do Reino do Brasil, Portugal e Castela.

Recuse o Rio de Janeiro como capital. Depois descobrimos como restaurar a monarquia em Portugal e Castela (e de fazer Castela voltar a, digamos, existir e tal). Abrace Bragança Paulista. Sem plano piloto, sem estádio bilionário usado apenas uma vez, sem autódromo só com curva para a esquerda, sem Erika Kokay e prédios em formato de piroca do Niemeyer.

Claro, talvez o Brasil só se resolva com uma Guerra Civil, como foi com quase todos os grandes países do mundo. No caso, falta uma Guerra Restauradora em que cada um dos lados lutará para que o outro lado fique com o Rio de Janeiro. Entrará para a história como a Guerra do Empurra-Empurra. Eu já estou indo escavar trincheiras na fronteira com Minas Gerais. O Plano Schlieffen-Bandeirantes certamente funcionará.

Como resultado talvez pensemos depois em unificação, com a exclusão do Rio de Janeiro. Assim, o Reino do Brasil, Portugal e Castela terá a sua monarquia forista com a Argentina de um lado, e a República Popular Socialista do Rio de Janeiro e Projacstão do outro. Nem é preciso cassar a concessão da Globo: basta que o Jornal Nacional passe em todo o território nacional do único país da América Latina governado pelo PSOL, e não no nosso reino. Já podemos até começar a discutir quando vamos construir O Muro.

Postar um comentário

0 Comentários

Close Menu