Eleições 2020 e a dura realidade

Concluída a apuração do segundo turno e temos a constatação clara e indiscutível da futilidade das nossas análises e elucubrações. Não há nada, nem uma molécula do ato eleitoral de 2020 a ser celebrado. A começar pelas urnas inauditáveis que constituem fraude apenas pelo seu uso.

Em São Paulo as tesouras foram saracotear na Paulista para o povo achar que escapou de boa. Ledo engano. Entre o péssimo e o terrível São Paulo ficou com o péssimo. Melhor que a outra opção? Talvez para o pragmatismo de curto prazo, mas talvez não para o esclarecimento da população. Isso é incerto. O que é certo é a ausência total de motivos para comemoração. No máximo um pequeno suspiro de alívio resignado seja adequado.

No Rio o contraste foi maior. Pudemos escolher entre a incompetência assustadora e a bandudagem (sic) organizada. E venceu o Banduda Paes. O conceito do rouba mas faz é uma derrota absolutamente inconcebível para mim.

Em Porto Alegre, tradicional antro de horrores comparável às demais grandes capitais, o povo viu, aliviado, a comunista declarada fora da cadeira da prefeitura. Mas antes de comemorar é melhor observar o fato trágico de que a criatura perversa recebeu 45% dos votos.
Vou frisar aqui para que não se perca o destaque: a candidata COMUNISTA declarada para a prefeitura de Porto Alegre recebeu 45% dos votos dos gaúchos. Isso por si só é uma tragédia nacional. E joga por terra a noção de que as redes sociais conseguem se opor à grande mídia para a disseminação de idéias.

Simplesmente não é verdade. Somos os peixes dentro do barril do texto que escrevi recentemente. Nosso alcance é minúsculo e fechado a conservadores. Portanto não influenciamos ninguém.
Digo aqui o que importa: o sistema acordou com o susto que tomou em 2018 e se corrigiu. Entre as ilegalidades judiciais e as ilegalidades persecutórias das big techs ficaram todos os pilantras impunes e nós, as vítimas, achatados sob a fedorenta bota do totalitarismo.

E há quem diga que a direita errou, que a direita não se uniu, etc.
A direita errou sim, e ainda erra. Erra em agir com COVARDIA ou burrice por não aceitar a realidade, que é mesmo duríssima. Jogamos um jogo impossível de vencer dentro das regras.

Isso é duro para quem morre de medo de perder audiência ao ser chamado de radical. Tem conservador tão burro que acha que qualquer sugestão de ruptura institucional seja equivalente ao esforço revolucionário destruidor marxista.

E assim o nível da lama vai subindo, enquanto homenzinhos cultos degustam conhaque e comentam como Burke disse tudo tão bem há 3 séculos.

Não falta muito para a lama chegar ao nível do copo de conhaque. Aí talvez queiram entender o que rola. Mas será tarde demais, evidentemente. E, afinal, sacrificar rendimentos e cargos não é tão fácil quanto parece. E digo isso sem maldade. O sistema compra com facilidade a passividade semi-feroz do templário de poltrona. É compreensível mas é vital que a correta compreensão do jogo que jogamos se espalhe.

É um jogo bárbaro, selvagem, sem regras. É uma luta de boxe sem luvas, machado na carne pelas costas, veneno no leite, traição e perversão.

Não sobreviveremos a isso bebendo conhaque.

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