"Depressa! É agora! Corra que a notícia vem aí! Pode dar jeito, se apresse...". E vamos de manchete em manchete alimentando as mil e uma noites desesperadoras e repetidas vezes palpitantes. Se vivermos de sustos noticiosos apaixonados, o "peripaque" cerebral é certo. Somos o sultão desejosamente enrolado e cada "urgente" é a Sherazade, trazendo mais histórias de: é-possível-mas-não-sei-ao-certo. Entretidos ficamos com a leitura e compartilhar "dedonervosamente" torna-se quase um credo.
Um amigo meu, bastante espirituoso, disse: "Eu não quero ler, adquirir Alta Cultura. Tenho medo de gostar e ficar inteligente...". Essa observação jocosa dá o tom da alegação de superioridade moral e intelectual que os conservadores e assemelhados dizem ter. Sim, têm, mas quantos? Não os afegãos médios, não mesmo. Quanto a esse assunto e seus desinteressados é semelhante àquelas campanhas de doação a ONGs que cuidam de pessoas deficientes: periodicidade esparsa e financiamento escasso. Desse jeito faz sentido, entende-se a repetição do pede-pede anual.
Não se pode culpabilizar de todo os do parágrafo acima. Quem "faz notícia" nestas paragens tem limitação de consciência (espera-se que por um momento pequeno) e faz da xérox dos mais lidos entre a "reaçada" uma prática - "Nossa, gostei desse qualquercoisanews, vou imitar tudinho e dar um nome pomposo: O maior urgente de todos os tempos da última semana". A esse respeito, a paráfrase do trecho de uma canção está certíssima.
E em se tratando de música - conversando com outra pessoa, o André Maria, descobri que ele tem uma produção musical de primeira, o álbum "Doze Horas", preparado com esmero, arranjos precisos, melodia, bons ritmo e letra. Fazem ideia de o quanto dá trabalho pensar, organizar, chamar pessoas, combinar, gravar em um estúdio e por fim ver se saiu segundo as boas exigências acima? E saiu.
Se você permanece confuso com que está lendo neste post ("Aonde esse cara quer chegar?! Já tô cansado de juntar as palavras e frases no esforço de notar o significado..."), vejamos: a sessão Cultura (literatura, escultura, dança, pintura, música clássica, contemporânea, etc., com suas origens), sabe onde encontramos nos periódicos eletrônicos, nos "Blog de Ximbrino", "Site pé-na-porta" e "Xingo Eu News", ou é como no título?
Machado de Assis, na revista Marmota Fluminense; Carlos Drummond de Andrade, no Diário de Minas e o filósofo Olavo de Carvalho, no Diário do Comércio, no Planeta, no Zero Hora, no Jornal do Brasil, no Globo, etc., só para ficar com três em meio a dezenas, escreviam sobre quais assuntos? Não não eram aqueles do primeiro parágrafo, mas ensaios, crônicas, poemas, críticas literárias, entre outras importantes variedades.
Não deveríamos depender exclusivamente de publicações jornalísticas eletrônicas para nos dar um norteamento na vida intelectual; afinal somos a geração de maiores consumidores da "redpill", ou não?
Adquirir essa multiplicidade temática e cultural, mesmo em Pernambuco (dados os poucos capazes disso, mas existentes) é mister, daí a necessidade de maior interesse e reverberação que as demonstrem, isso para ficarmos inteligentes de "alma" e cérebro, ora essa! Nada de "posers" entre os que estão na contracultura à militância gauche de todo dia.
0 Comentários