Se os governantes não gostam de Deus, não quer dizer que o restante das pessoas também não deva gostar.

Há algo que precisa ser considerado em relação ao fechamento da Igreja: a injustiça essencial da medida.

Injustiça por dois motivos:

porque o aumento dos casos de doença ocorre logo após o Carnaval, em decorrência de uma festividade ABSOLUTAMENTE não-religiosa.
Mas por que é mais fácil reprimir a Igreja do que o Carnaval?
Simples: é mais fácil punir quem é ordeiro, quem cumpre as regras e foi responsável, do que aquele que não está nem aí para nada e já brincou o Carnaval do jeito que queria.
É punição retroativa pelos erros de outros, ainda mais.
É a mesma lógica do desarmamento: de que servem as leis anti-armas para os bandidos? Eles já estão fora da lei e não cumprirão o Estatuto do Desarmamento.
Mas a pessoa que é responsável e apenas quer ter a possibilidade de defender-se justamente de um bandido, esse é que paga o pato, porque é o cara que cumpre as leis.
Bater na Igreja é fácil (infelizmente).

porque claramente não faz sentido ressalvar como essencial diversas outras atividades de ordem meramente material e apenas não permitir o acesso à religião (que, ademais, tem cumprido várias medidas, algumas até irrazoáveis, e auxilia as pessoas a cumpri-las, porque estimula ordem na sociedade).

É claro que isso advém de um pensamento antirreligioso, que considera tudo importante, menos a consciência das pessoas, menos a sua relação mais íntima com Deus.

Vá lá que as autoridades públicas não acreditem em nada, sejam todos ateus e prefiram ficar seus domingos dando festas com camarão em suas granjas — tudo bem! (Não tudo, mas...)

Porém, não podem impor seu próprio desleixo religioso e a sua impiedade ao restante das pessoas.

Se os governantes não gostam de Deus, não quer dizer que o restante das pessoas também não deva gostar.

Essa diminuição da importância da religião em face de todas as outras coisas é precisamente o que gera perseguições religiosas.
Afinal, tudo que existe na cabeça do governante possui uma prioridade maior.

Em suma, o que antes era “a pessoa e Deus” se torna “a pessoa e o governante”.

E isso, meus amigos, é algo muito perigoso.

É uma trincheira que não se pode perder sem o risco de pagar muito caro no futuro.

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